Segmentação de campanha para vereador – *Maurílio Fontes

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Uma pergunta corriqueira, com a qual mais me deparo em momento pré-eleitoral: Pode haver marketing em campanha para vereador?

A resposta afirmativa, às vezes, confunde o interlocutor pelo desconhecimento e por uma prática (clientelista) arraigada, que não leva em conta a importância do marketing na campanha proporcional no nível político municipal.

Claro que é possível planejar campanha para vereador com base nas ferramentas do marketing eleitoral.

Nenhum candidato deve entrar na disputa sem conhecer o ambiente no qual vai transitar, e mais do que isso, disputar votos.

Vale registrar frase do general, estrategista e filósofo chinês Sun Tzu, que nasceu em 544 a.C: “Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece, mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas”.

Uma campanha proporcional deve ser segmentada, visto que de nada adianta buscar a totalidade dos eleitores. Certa “distritalização” geográfica e segmental, quando bem articulada, será bem vinda. 

Mas, acima de tudo, o candidato precisa avaliar os cenários nos quais está envolvido diretamente, monitorando as ações de seus adversários mais diretos e capazes de conquistar potenciais eleitores nas áreas geográficas onde disputam votos.

Novos entrantes também precisam ser percebidos em tempo real. 

Um voto poderá representar a vitória ou a derrota no fechamento da contagem.

Segmentar corretamente a campanha com base em desejos e expectativas dos eleitores a serem conquistados é o caminho, a partir de clivagens identificadoras do potencial quantitativo de votos possíveis e os necessários para garantir a cadeira legislativa.

Se o candidato/candidata transita no meio educacional certamente ele/ela terá o apoio de parte dos educadores, em razão dos serviços prestados em associação de classe, se este for o caso.

Este raciocínio vale para outros segmentos. Pertencimento: eis a palavra chave em campanha proporcional.

O candidato se identifica com setores da sociedade e tais faixas de eleitores percebem o postulante como a voz mais apropriada para defender suas causas no parlamento.

São vantagens competitivas no difícil “vestibular” rumo ao legislativo municipal, que se não resolvem plenamente as questões com as quais o candidato terá que lidar, representam um passo à frente na disputa com contendores sem bases sociais mais relevantes.

O candidato precisa de bom planejamento, com foco bem definido, estratégias corretas na abordagem dos eleitores e movimentação social capaz de garantir-lhe acesso aos segmentos suscetíveis ao discurso apresentado.

Marca de campanha e slogan (que represente um chamamento à trajetória do candidato e registre seus compromissos futuros) podem gerar atenção e votos.

É bom lembrar, contudo, que a campanha para os parlamentos locais é a mais difícil do Brasil.

Ser mais um na multidão de nada adiantará. A mensagem do candidato precisa possuir conteúdo diferenciado, crível e mobilizador de mentes e corações.

O caminho, então, é profissionalizar as ações, segmentar a campanha, construir identificação com nichos de eleitores e minimizar riscos.

*Especialista em Marketing Político, Mídia, Comportamento Eleitoral e Opinião Pública (UCSAL-2006)

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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