BATE PRONTO 141

O discurso esquerda/direita não cola como “super bonder” em nível municipal e não dá a medida certa da disputa majoritária que se avizinha. Boa parte do eleitorado não tem a ideologia como razão de suas escolhas e a complexidade é muito maior do supõe a vã filosofia dos estrategistas mirins, que fazem cálculos e deles extraem a certeza da vitória esquerdista em Alagoinhas no pleito de outubro de 2020. Utilizo os termos em notas da coluna apenas esquematicamente. Jornalismo não tem o objetivo de ser ciência política. 

Esquerda I

A esquerda quer reviver a Frente 2 de Julho, que na eleição municipal de 2000 garantiu a vitória ao engenheiro agrônomo Joseildo Ramos, feito inédito na história política de Alagoinhas (dizem que Murilo Cavalcanti ao se eleger prefeito  em 1962 possuía traços esquerdistas, mas anos depois foi envolvido pelo véu carlista). O momento é outro, os personagens distintos, muitos deles iguais, cheirando a mofo, e com discursos que não catalizarão a atenção de parte da população. 

Esquerda II

Cálculos matemáticos, importantes em eleições, não serão capazes de encontrar os resultados desejados pela esquerda alagoinhense, distante do poder há quase 16 anos e com fome de voltar ao comando do Paço Municipal. Afinal, os companheiros, há muito tempo desabrigados, precisam de um lugar ao sol e de contracheques no final do mês. 

Esquerda III

Reunidos no Clube Ferroviário na manhã do último domingo (14), a esquerda de Alagoinhas começou o debate sobre a construção da plataforma que apresentará ao eleitorado. Aparentemente, o nome do vereador Luciano Sérgio, pré-candidato do PT à Prefeitura de Alagoinhas, foi engolido pela esquerda e poderá aglutinar em torno de si os apoios das legendas. A estratégia petista foi criticada por colocar seu postulante à frente do projeto maior da Frente 2 de Julho. Os consultores políticos da esquerda deveriam encontrar outro nome para a frente: Frente 2 de Julho remete, automaticamente, à preeminência que o deputado federal Joseildo Ramos exerceu sobre o conjunto de partidos que o apoiaram na eleição vitoriosa de 2000. 

Esquerda IV

O PCdoB está se movimentando e fortalecendo suas bases nos municípios da microrregião (foto abaixo). No sábado (13), na Câmara de Vereadores de Alagoinhas, a legenda reuniu representantes de 12 cidades. A mesa foi composta por Aurino Nascimento, que compõe o diretório nacional, Élvia Magalhães, do diretório estadual, e Pedro Marcelino, presidente municipal do PCdoB. Samara Braga, ex-candidata à Prefeitura de Alagoinhas, se filiou à sigla. A pauta do encontro foi a conjuntura nacional, o plano de estruturação partidária nas cidades da microrregião de Alagoinhas e os projetos eleitorais de cada município. 

Esquerda V

Radiovaldo Costa negou, em conversa com o editor do site no último domingo, a pretensão de disputar a eleição para a Câmara de Vereadores. “Não há a menor chance de minha candidatura ao parlamento municipal se tornar realidade”, afirmou. Tem gente querendo usar Radiovaldo Costa para fortalecer a candidatura de Luciano Sérgio, como uma espécie de amassador de barro para o faraó. 

Direita I

A esquerda trabalha com a desorganização da direita em Alagoinhas, uma das alternativas para sua volta ao poder. A fragmentação da direita, obviamente, será  importante handicap, mas contar com isso como fator preponderante revela falta de capacidade de enfrentar disputa mais difícil. 

Direita II

Roberto Torres, presidente da Câmara de Vereadores, que pode aglutinar em torno de sua postulação apoios da direita e do centro, pela trajetória política equilibrada, está se movimentando bastante. Só falta profissionalizar a pré-campanha.

Direita III

Fabrício Faro, ex-secretário municipal de Educação, outro nome da direita (light), precisa trabalhar com mais afinco para ocupar espaços políticos e se tornar nome importante no xadrez eleitoral. 

Carão

Flagrado em gravação na qual fez duras críticas ao secretário de Relações Institucionais, Manoel Cardoso, o subsecretário de Cultura, Esporte e Turismo, Afrânio “Bigu”, tomou um carão daqueles e ouviu impropérios de variados (baixos) calões. Tentou consertar o que não tinha conserto e foi alvo de “um passa moleque” que ficará na história da administração pública alagoinhense. 

Dá para acreditar?

Dá para acreditar que Caboré pensou que poderia ser um bom secretário de Comunicação? Pelo texto que circulou no WhatsApp, parece que sim: ele teve a veleidade de acreditar que faria bom trabalho na gestão da SECOM. Piada contada por péssimo humorista em brega de beira de estrada.

SECOM I

O prefeito Joaquim Neto ainda não conseguiu entender o papel da Secretaria de Comunicação e da agência de publicidade. Os nomes que circulam como possíveis futuros gestores da pasta mantêm ligações umbilicais com a nova agência feirense, agora responsável pela gestão da verba de publicidade: é o típico caso de entregar a supervisão do galinheiro à raposa esfomeada. Joaquim, Joaquim, acorda. Não há mais tempo para fazer besteiras na área de comunicação. 

SECOM II

Em outro Bate Pronto vou contar situação (republicana) na qual estive recentemente envolvido e que diz respeito diretamente à SECOM. Com datas e personagens. Com descaso e falta de consideração a terceiros. Detalhe: não procurei ninguém do governo para indicar/sugerir nome para a SECOM. Fui procurado. 

Entrevistas 

Entrevistas concedidas pelos deputados federais Joseildo Ramos (PT) e Paulo Azi (DEM) ao Programa DE FRENTE COM JUSCÉLIO CARMO, no último sábado, repercutiram bastante. A audiência da 93 FM é realidade no meio radiofônico de Alagoinhas e microrregião. Incontestável. 

PPP Hospitalar 

Tudo indica que a construção do hospital materno-infantil será via PPP. E com empresa envolvia na Lava Jato. O vazamento do nome da empreiteira não será a jato. PPP tem que passar pela Câmara de Vereadores em momento de relacionamento febril entre Executivo e Legislativo. 

Sem deglutição petista 

Após publicação da coluna Bate Pronto 141, Pedro Marcelino, presidente do PCdoB, entrou em contato e afirmou que não haverá deglutição do nome petista à Prefeitura de Alagoinhas. “O que menos se discutiu na reunião de domingo foi nomes”, salientou o ex-vice-prefeito e ex-vereador. 

Até parece que a esquerda de Alagoinhas tem nomes à mancheia com capilaridade eleitoral para enfrentar a disputa majoritária. Feito o reparo cobrado por Marcelino, mantenho minha posição quanto ao erro de cálculo e a simplificação analítica da esquerda. Pedro, tal qual parte da direita, não entende o trabalho da imprensa e no privado, por diversas vezes, tem criticado minha atuação jornalística. Ele tem todo o direito de se posicionar como quer. Eu, de outro lado, a liberdade para fazer o jornalismo que acredito ser o melhor para Alagoinhas, inclusive publicando seus posicionamentos e críticas. 

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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