Votos ‘indefinidos’ definem futuro do governo Temer
Embora o Palácio do Planalto esteja confiante e tente mobilizar os aliados para barrar já a denúncia no plenário, o placar da votação pode indicar o fôlego que o governo terá para aprovar no Congresso Nacional as reformas – incluindo a da Previdência – e recusar eventual novo pedido de abertura de ação penal contra o presidente.
A decisão sobre o destino do governo Temer, que o próprio peemedebista classificou como “congressual”, está entre os 213 deputados que não declararam votos, segundo o placar do Estado. Nesse contingente de “indefinidos” estão os que não quiseram responder (156), os indecisos (54) e os que disseram que vão se abster, se ausentar e o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM) – ele afirmou que não vai votar. Conforme o placar, 190 deputados já declaram ser a favor da admissibilidade da denúncia e 110 disseram ser contra.
As siglas da oposição decidiram obstruir a sessão, não marcando presença, estratégia que pode ser revista. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu que o PT vote para acabar com o “lenga-lenga” do caso Temer, mas um governador petista, Rui Costa, da Bahia, exonerou dois secretários estaduais para que retomem os mandatos de deputado e ajudem a barrar a denúncia. A acusação contra o presidente tem como base a delação da J&F. Para que seja admitida são necessários ao menos 342 votos, ou 2/3 dos deputados.