Superapp, citado por Campos Neto, é o próximo passo do open finance
Em suas recentes falas públicas, o presidente do Banco Central disse que, em breve, brasileiros vão utilizar apenas um superapp para realizar todas as suas transações financeiras com diferentes instituições.
“Em algum momento, talvez daqui a um ano e meio, dois anos, você não vai ter mais um app do Itaú, ou do Bradesco, ou do Santander, você vai ter um app que a gente chama de agregador. E aquele app vai, por meio do open finance, integrar tudo nas suas contas”, disse no último dia (10).
A fala, desacompanhada de maiores explicações, causou estranheza no primeiro momento, mas, segundo integrantes do setor, os superapps são inevitáveis.
O superapp já é uma realidade. Quando Campos Neto fala disso, ele fala da busca da principalidade, o que já uma realidade”, diz Wagner Martin, vice-presidente da empresa de tecnologia bancária Veritran, que participa do grupo de trabalho do open finance.
Principalidade é o indicador de que determinado banco é o principal utilizado por um cliente que tem conta em determinadas instituições. Hoje, a briga no setor não é mais por correntistas, e sim por melhores índices de principalidade.
Com o open finance, o cliente já pode compartilhar seus dados com diversas instituições financeiras. No futuro próximo, além de agregar informações, os aplicativos de bancos vão permitir que os clientes mexam no dinheiro que está em outro banco.
“As pessoas passam a comparar dados que elas têm em diferentes bancos. Então, estamos numa era que os aplicativos vão ter um upgrade para terem novas funcionalidades. Vão virar marketplace. Quem tem mais de uma conta, eventualmente, vai poder preferir um aplicativo”, disse Campos Neto na sexta-feira (17) em evento da Editora Globo.
O presidente do BC disse ainda que os bancos estão com um alto investimento em tecnologia para desenvolver marketplaces em seus apps. “Há empresas privadas que também podem querer desenvolver esses superapps”, afirmou Campos Neto.
Segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), o gasto com tecnologia de grande parte do setor em 2023 deve ser de R$ 45,1 bilhões, 29% a mais que o ano passado e um salto de 128% em relação a 2018. Os dados são referentes a 16 instituições, que representam 84% dos ativos do setor bancário no país.