Presidente da Andrade Gutierrez vira réu na Lava Jato

A Procuradoria da República atribui ao empreiteiro e aos outros acusados os crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A decisão é do juiz federal Sérgio Moro | Brunno Covello/Gazeta do Povo

A Justiça Federal abriu ação penal nesta quarta-feira, 29, contra o empresário Otávio Marques de Azevedo, presidente da Andrade Gutierrez e mais 12 investigados na Operação Lava Jato. A Procuradoria da República atribui ao empreiteiro e aos outros acusados os crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A decisão é do juiz federal Sérgio Moro.

Azevedo é acusado de orientar a atuação dos demais denunciados nas tratativas com o operador Fernando Soares para repasse de propinas à Diretoria de Abastecimento.

Neste processo contra Otávio de Azevedo, também são réus o doleiro Alberto Youssef, os executivosAntônio Pedro Campelo de Souza, Armando Furlan Júnior, Elton Negrão de Azevedo Júnior,Paulo Roberto Dalmazzo, os operadores Fernando Antônio Falcão Soares, Flávio Gomes Machado Filho, Lucélio Roberto Von Lehsten Goes, Mario Frederico Mendonça Goes, os ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa (Abastecimento) e Renato de Souza Duque (Serviços) e o ex-gerente da estatal Pedro José Barusco Filho.

O MPF apontou na denúncia dez contratos da Petrobras em que foram encontrados indícios de irregularidades. “Os recursos obtidos através desses contratos, que têm sua origem em crimes de cartel e ajuste fraudulento de licitação, foram utilizados, após a sua submissão a condutas de ocultação e dissimulação, para pagamento das propinas”, considerou Moro ao acatar a denúncia.

Os contratos apontadas foram realizadas na Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Minas Gerais; dois contratos no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj); na Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia; na Refinaria de Paulínea (Replan), em São Paulo; Gasoduto Urucu-Manaus; Centro de Pesquisas (Cenpes), no Rio de Janeiro; Centro Integrado de Processamento de Dados (CIDP), no Rio de Janeiro; Gasoduto Gasduc III, no Rio de Janeiro e Termina de Regaseificação da Bahia (TRBA).

No despacho, Sérgio Moro aponta uma série de pagamentos realizado pela Andrade Gutierrez a a empresas pertencentes a operadores do esquema e afirma que o operador Mário Goes afirmou em delação premiada que parte dos valores pagos era propina destinada a funcionários da Petrobras. “Mario Goes reconheceu ao MPF que, dos contratos de consultoria acima referidos da Rio Marine com a Andrade Gutierrez, cerca de R$ 1,5 milhão correspondiam a valores pagos em contraprestação de serviços efetivamente prestados, enquanto o restante seria propina dirigida a Pedro Barusco”, destaca o juiz.

Fonte: Estadão

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

Menu de Topo