Para exaltar dez anos no poder, PT buscará confronto com gestão tucana
A comparação de dados com as gestões do tucano Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) na Presidência vai nortear os seminários que o PT fará, a partir desta quarta-feira, para exaltar os dez anos do partido à frente do Palácio do Planalto.
O PT elaborou o documento confrontando indicadores sociais e econômicos do governo “neoliberal” do PSDB aos dos mandatos “desenvolvimentistas” de Lula e Dilma Rousseff, estrelas do evento inaugural, em São Paulo, onde a cartilha será distribuída.
“O objetivo, além de resgatar o que foi realizado nos últimos dez anos, é comparar e mostrar como o Brasil mudou a partir de um outro modelo de desenvolvimento”, diz o presidente do PT, Rui Falcão.
Serão usados dados oficiais de órgãos como o Banco Central e o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Na lista, índices de inflação, desemprego, dívida pública, desigualdade e o valor do salário mínimo.
Após o seminário de quarta, debates ocorrerão em dez Estados até maio, sempre com a presença de Lula. A ida de Dilma a todos os atos ainda não está confirmada.
FORA DO EXPEDIENTE
Para evitar críticas da oposição à presença da presidente e de seus ministros em eventos de exaltação do PT, os seminários terão início após as 18h, e vários deles acontecerão aos sábados.
Os petistas aproveitarão para estreitar os laços com os partidos da base aliada de Dilma, especialmente as que ameaçam voo solo na próxima eleição presidencial. Dirigentes das legendas devem ter destaque nos debates.
O vice-presidente do PSB, Roberto Amaral, por exemplo, será um dos palestrantes do seminário sobre o combate à pobreza, no dia 28, em Fortaleza, ao lado da ministra Tereza Campello (Desenvolvimento Social).
Os socialistas ensaiam romper com o PT e lançar o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, à Presidência da República em 2014.
A manutenção da unidade da base foi definida como prioridade por Lula. Ele poderá aproveitar as viagens para reuniões com aliados.
Entre os temas dos debates estão desenvolvimento agrícola, participação popular, educação, sustentabilidade e geopolítica internacional.
Oficialmente, não estão programadas discussões sobre o julgamento do mensalão. Para Rui Falcão, este é o momento para “celebrar políticas públicas”.
Fonte: Folha de São Paulo