Petrobrás quer mudar forma de remuneração variável de funcionários

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Na nova Petrobrás, em construção há um ano, os funcionários vão ser remunerados pela capacidade de dar retorno financeiro ao negócio e não mais pelo crescimento da produção de petróleo e gás. O Broadcast, serviço de informações da Agência Estado, apurou que a participação nos lucros e as promoções de cargos serão distribuídos entre os empregados de acordo com a capacidade de cada um de trabalhar em linha com a empresa que vai surgir do próximo plano de negócios e que terá como foco garantir uma maior rentabilidade ao acionista.

O novo modelo prevê que as metas financeiras passem a definir 65% do bônus pago anualmente e distribuição dos cargos, enquanto a relevância da produção vai despencar de 80% para 10%.

Os principais indicadores de eficiência cobrados dos funcionários serão os de ganhos de geração de caixa (margem Ebitda), fluxo de caixa livre, gerenciamento dos gastos operacionais e desinvestimento, considerado essencial para ajustar o endividamento da companhia. Outras métricas vão ser consideradas, mas terão um peso mais tímido na formação do bônus. A sustentabilidade – práticas de segurança, meio ambiente e saúde – vai pesar 20%, mais do que os avanços técnicos de produção de petróleo, que terão peso de 10%. E as políticas públicas, 5%.

Essa é a nova Petrobrás. O comando da estatal quer que a atividade do dia a dia e a proposição de projetos passem a ser ligados a essa a situação financeira. A intenção é que as mudanças comecem a valer em 2017, quando a estatal terá que definir o bônus referente a este ano. Em 2015, a petroleira distribuiu R$ 1,04 bilhão em participação de lucros referente a 2014. A ideia é adequar as medidas de desempenho a cada uma das áreas de atuação da empresa, de tal forma que, cumprindo as metas, o empregado esteja alinhado com os indicadores gerais da companhia.

O Broadcast apurou que o novo modelo foi costurado pela diretoria e já tem o aval dos comitês de assessoramento do conselho de administração. O projeto faz parte do novo plano de negócios da empresa e será levado em conjunto para aprovação do conselho.

As linhas gerais do programa de remuneração já foram apresentadas aos funcionários durante a última negociação do acordo coletivo. O comando da petroleira sabe o desafio que será fazer o novo modelo ser aceito pelos trabalhadores pela mudança de cultura ser muito grande. Mas não abre mão de promover as mudanças, consideradas culturais, porque acredita que, sem mexer na remuneração dos empregados, não vai transformar a Petrobrás em uma empresa de mercado, como pretende.

Fonte: O Estado de São Paulo

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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