PC e PT juntos, misturados e acordão: meras especulações? – Maurílio Fontes

Diz um ditado popular “que para bom entendedor meia palavra basta”.

Vamos aos fatos, que talvez, revelem muito da personalidade do prefeito Paulo Cezar, animal político, é verdade, cujos tênues pruridos o permitem transitar de um polo a outro com grande naturalidade, em uma coreografia difícil de encontrar em quaisquer plagas.

Paulo Cezar foi às últimas consequências nas tratativas com o grupo Azi, mas impôs uma condição: tudo seria possível, menos a retirada de sua preferida da cabeça da chapa.

Posto isto, criou-se um redomoinho que tragou para o fundo do mar as possibilidades de continuidade da aliança, embora, ontem, ainda se tentasse impedir o racha.

Quase que concomitantemente aos últimos esforços para a manutenção da aliança cezista/azista, o prefeito se deslocava para Salvador.

Objetivo: conversar com o governador, fato que o alcaide não escondeu de ninguém e propalou aos quatro ventos, muito provavelmente visando pressionar ainda mais o grupo do deputado Paulo Azi, por não saber o que esperar do gabinete da governadoria.

Detalhe: a audiência com o governador não foi pré-marcada, o que foge completamente da rotina, quando prefeitos vão ao encontro do chefe do Executivo estadual.

O assunto, naturalmente, não poderia ser outro que não a sucessão em Alagoinhas. O “conversado” não vazou, mas a situação inusitada permite algumas especulações:

1- Quais os motivos da pressa do governador em conversar com o prefeito Paulo Cezar?

2- Algum representante do PT foi informado sobre a audiência ou participou dela?

3- A difícil situação política/eleitoral do deputado estadual Joseildo Ramos foi comentada na audiência?

4- O presidente do PT da Bahia, Everaldo Anunciação, participou da audiência?

5- O prefeito toparia formalizar uma aliança eleitoral com o PT?

6- Quais as garantias futuras que PC “cobraria” ao governador?

7- O nome do vice na chapa de Sônia Fontes poderia ser uma surpresa?

8- Um “acordão” entre Paulo Cezar e Joseildo Ramos estaria sendo gestado na governadoria?

9- Paulo Cezar e Joseildo Ramos poderiam disputar as eleições de 2018 sem as refregas costumeiras entre ambos?

10 – Como a sociedade alagoinhense reagiria à aliança, mesmo que ela não seja explícita, entre dois adversários históricos?

11- Os correligionários de Joseildo Ramos aceitarão a aliança passivamente?

12- O deputado estadual petista terá um (a) representante puro sangue na chapa sonista?

13- Joseildo Ramos se manterá distante para não se contaminar pelo suposto acordão ou terá que se envolver, por sua fidelidade ao governador e também assegurar as condições para cobrar a fatura em 2018?

14- Haveria coligação entre os dois grupos na eleição proporcional?

15- Para não perder os dedos (e talvez, as mãos), o PT de Alagoinhas toparia a aliança?

16- Por conta do cenário totalmente adverso, o PT se dobraria aos desejos do governador?

17- Quando o prefeito exonerará os detentores de cargos de confiança vinculados ao grupo Azi?

18- PC será candidato à Assembleia Legislativa e Joseildo Ramos à Câmara Federal?

Às vezes, em política, perguntas respondem mais do que as respostas dos envolvidos diretamente nas tratativas.

O Alagoinhas Hoje faz os questionamentos. Outros serão apresentados nos próximos artigos e/ou matérias. 

O tempo, senhor de todos nós, dará as respostas, a partir dos movimentos e posicionamentos das peças no tabuleiro sucessório.