Oposição busca em Renan e Eduardo Cunha fôlego para prolongar desgaste de Dilma

Com o objetivo de prolongar a fase de desgaste de imagem da presidente Dilma Rousseff, líderes da oposição procuram armar uma estratégia para constranger o governo no Congresso, com propostas de apelo popular e contrárias ao ajuste fiscal proposto pelo Planalto.

Para manter Dilma “nas cordas”, os opositores prometem continuar o barulho em torno do pacote de ajuste fiscal e adotar como prioridade a defesa do projeto, apresentado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que muda o critério de correção do FGTS, entre outros assuntos.

Nesta estratégia, as constantes investidas do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e de Cunha contra o governo têm servido aos oposicionistas. Na ânsia de criar fatos para constranger o Planalto e a presidente, Renan e Cunha têm apostado em uma agenda diária de ataques, em uma estratégia, admitida inclusive por integrantes da cúpula do PMDB, com o objetivo de desviar as atenções de cada episódio da Operação Lava Jato, na qual os dois são investigados.

Enquanto não se ajusta o formato do pedido de impeachment, já discutido no PSDB, no DEM e no Solidariedade, a ordem é embarcar na rotina de “constrangimentos diários” ao governo, até o dia 27 de maio, quando se espera que chegue a Brasília a chamada Marcha da Liberdade, organizada por manifestantes de vários estados pelo impeachment e capitaneada pelo Movimento Brasil Livre.

A apresentação do pedido de impeachment que vinha sendo prometida foi adiada por conta da dificuldade de articulação entre os partidos oposicionistas. A reunião marcada para esta semana para encaminhar a proposta acabou cancelada. Os tucanos alegaram, como justificativa para o adiamento, que o argumento jurídico para o pedido precisava incluir os termos apresentados pela defesa do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, responsabilizando a presidente Dilma Rousseff pela decisão de compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.

O Tribunal de Contas da União (TCU) apontou prejuízo de US$ 792 milhões no negócio. Segundo os tucanos, as alegações de Costa, prestadas ao órgão controlador, seriam levadas ao jurista Miguel Reale Júnior, responsável pelo parecer jurídico do pedido do PSDB.

Fonte: iG

 

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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