José Rotondano assume o TRE-BA no aguardo de “um país mais limpo”

Responsável pela organização do processo eleitoral de 2018, o desembargador José Edivaldo Rocha Rotondano declarou nesta segunda-feira, 27, ao A Tarde, antes de tomar posse no cargo de presidente do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), que espera que a reforma política em discussão no Congresso Nacional torne o Brasil um país mais limpo.

Sem querer opinar sobre temas em debate, como financiamento de campanhas, caixa 2 e lista fechada para escolha dos candidatos, Rotondano resumiu sua posição: “Que a reforma que virá possa deixar o país mais limpo do que está no momento, um país depurado de corrupção, um país com credibilidade”.

O desembargador já estava comandando a Corte desde janeiro deste ano, de forma interina, após o encerramento do biênio do ex-presidente, Mário Alberto Simões Hirs. Em eleição realizada no último dia 16, Rotandano foi aclamado presidente do TRE-BA.

No discurso que fez para um plateia majoritária de políticos, representantes do Judiciário, do Ministério Público e da OAB, Rotondano afirmou que terá como grande desafio de sua gestão realizar, até 31 de janeiro de 2018, o recadastramento biométrico em pelo menos 3 milhões de eleitores em todo o estado.

“A biometria significa eleições limpas, transparentes, cristalinas, porque impossibilita qualquer dúvida (quanto à fraude). Não existem duas pessoas com as mesmas impressões digitais”, assinalou o magistrado.

A tarefa não será fácil, já que apenas 11, 6% do eleitorado passaram pelo recadastramento biométrico obrigatório. Dos cerca de 9,7 milhões de eleitores baianos, pouco mais de 1,1 milhão se recadastraram. Por isso, o magistrado fez um apelo ao governo estadual, às prefeituras e outros organismos para que destinem espaços à coleta das impressões digitais de eleitores. “Vamos convocar todos os votantes dos principais colégios eleitorais, como Salvador, Vitoria da Conquista, Feira de Santana e outros 49 municípios”, afirmou Rotondano.

Financiamento

As regras que vão reger o pleito de 2018, quando estarão em disputa seis cargos (presidente, governador, deputado federal e estadual e dois senadores), foi recorrente entre os presentes. O presidente da comissão mista da Reforma Política, deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB), disse que o modelo eleitoral se esgotou, com ou sem Lava Jato.

Ele discorda da crítica de que a lista fechada irá ajudar a proteger eventuais candidatos envolvidos em corrupção. “O limitante do sistema político é o financiamento eleitoral. Financiamento privado por empresa não pode mais, por pessoa física não se tem tradição. Ficou o financiamento público, que em eleições gerais o fundo partidário não suporta”.

O prefeito ACM Neto (DEM) concorda. Diz que já votou contra a lista fechada, por não ser o modelo ideal. Mas que esse não é o grande problema, e sim o financiamento. “Defendo até um plebiscito para o povo dizer o que prefere”.

Fonte: A Tarde

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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