Gil comenta crescimento dos trios sem corda: ‘Já está consolidado’

Ele tem 74 anos e é o artista mais lembrado, citado e homenageado desse Carnaval 2017. Gilberto Gil, no entanto, já não tem mais o trio Expresso 2222 e anunciou há pouco que, no ano que vem, também não estará à frente do Camarote 2222. Contudo, a falta de compromissos com a festa pode, na contramão, até fortalecer a presença do cantor, mais solto, no Carnaval de Salvador, conforme afirmou o próprio, na noite deste domingo (26), em conversa com o bahia.ba, no camarote que ainda comanda com Flora. “Como a gente não vai ter mais o camarote para fazer, ficamos um pouco mais liberados para fazer outras coisas, até mesmo durante o carnaval”, disse.

Seja como for, a presença de Gil no ano que vem, no próprio Expresso, é quase uma confirmação. “Eu gosto muito do carnaval da Bahia. É possível que eu venha de novo, especialmente porque Preta vai estar à frente, será o primeiro ano que ela vai estar à frente, então a gente vem para ajudar, para ficar ao lado dela”, disse o tropicalista.

Ao comentar o crescimento dos trios sem cordas, ele disse acreditar que o movimento já não é apenas embrionário, mas estaria consolidado. “Eu creio que isso já aconteceu. Esse equilíbrio entre o espaço reservado pelos blocos e o espaço da pipoca, das pessoas livres, isso já está praticamente resolvido. A hegemonia dos abadás diminuiu muito e a presença do folião-pipoca aumentou muito. Então, as coisas estão equilibradas, hoje, eu acho”, disse.

Gil lembra que alguns colegas que nunca antes tinham tocado fora das cordas, dessa vez entraram na dança, seguindo seu exemplo à frente do trio citado. “Mesmo artistas que não faziam pipoca, antes, como Ivete, Claudia Leitte… todos eles estão fazendo. Eu fiz pipoca vários anos com o Expresso 2222. Meu trio nunca teve um bloco. E ajudou também a compreensão, por parte dos colegas, de que é importante o fluxo gratuito e livre”, avaliou.

As redes sociais também foram apontadas como motor do processo: “Vem contribuindo para esse aumento da presença da pipoca também a coisa das redes sociais, que têm um papel muito grande na mobilização das pessoas, em várias esferas, inclusive no carnaval”. Questionado sobre a importância que os carnavais de bairro têm nisso tudo, ele reflete: “Até porque os lugares centrais do carnaval já não cabem todo mundo. Então há uma tendência de que os bairros também cresçam sua presença no carnaval, como está acontecendo em São Paulo, no Recife…”.

Fonte: bahia.ba

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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