Fundador da Amil pode pagar R$ 3,5 bilhões por rede de laboratórios Dasa

A Diagnósticos da América (Dasa) publicou na segunda-feira (23) um edital de oferta pública para aquisição das ações da empresa pela Cromossomo Participações, sociedade controlada por Edson de Godoy Bueno e Dulce Pugliese de Godoy Bueno, maiores acionistas da rede de laboratórios. Bueno é também fundador da operadora de planos de saúde Amil.

Segundo analistas, o empresário pode ser bem sucedido em sua estratégia de fechar o capital e passar a ser o único sócio da empresa, o que envolveria um desembolso de mais de R$ 3,5 bilhões. Com isso, Bueno ganharia agilidade para tomar decisões relacionadas à companhia e fazê-la crescer, para eventualmente colocá-la à venda mais adiante. A Dasa tem operado com margens comprimidas pelo crescimento de suas atividades abaixo da inflação médica, ou, de seus custos fixos.

O preço sugerido na oferta pública (OPA) é de R$ 15 por ação de um mínimo 26,41%, mais uma ação do capital social da Dasa, o que garantia o controle da empresa a Bueno e a sua sócia e ex-esposa Dulce, na Cromossomo.

Atualmente, a Cromossomo tem 23,59% na Dasa. Nesse caso, seriam adquiridas 82.362.125 ações, por R$ 1,23 bilhão. A oferta prevê ainda a possibilidade de aquisição do total de ações que não estão com a Cromossomo, o que envolveria 238 milhões de ações, totalizando R$ 3,57 bilhões.

O empresário mostrou perfil agressivo em seus negócios e muito provavelmente tem liquidez suficiente nesse momento para uma nova aposta. Em outubro do ano passado, a Cromossomo vendeu uma participação de 58,9% na Amil para a norte-americana UnitedHealth, embolsando cerca de R$ 6,5 bilhões no negócio.

Para os analistas da Brasil Plural é possível que Bueno tenha em mente acelerar o processo de recuperação da Dasa e futuramente buscar um interessado no ativo, replicando o que fez na Amil. “Ao tornar a Dasa uma empresa privada, Bueno deve obter mais poder de manobra para acelerar uma reviravolta e, eventualmente, buscar um comprador para o ativo”, disseram os analistas Guilherme Assis e Rubens Couto da Brasil Plural.

Multiplicador

Bueno conseguiu vender a Amil para a UnitedHealth por um múltiplo de 28 vezes, um prêmio muito elevado que foi aproveitado também pelos minoritários, lembram os analistas da Brasil Plural. A UnitedHealth, além da participação da Cromossomo, adquiriu a parte dos minoritários, ficando com 90% da Amil, enquanto Bueno com os 10% restantes.

Fonte: iG

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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