Duplo palanque presidencial não é tão simples

1. Aécio Neves e Eduardo Campos –segundo o noticiário- vêm conversando sobre os diversos estados onde um pode recuar em favor do outro e até terem um mesmo candidato, como em Minas Gerais. Mas a teoria, na prática pode ser outra. Claro que é racional a ideia, na medida em que o crescimento de ambos é a razão do segundo turno.

2. Mas vai tudo bem até a campanha, quando o crescimento de um produza riscos para o outro. Riscos quanto à passagem para o segundo turno.

3. Mesmo quando é o PT que está na balança, a dinâmica não é simples. Por isso, o PSDB já decidiu centralizar as coligações estaduais evitando constrangimentos. Para o PSB não é tão simples. Vide o caso do Espírito Santo, em que o governador fará a campanha de Eduardo Campos e da Dilma. Os constrangimentos já se fazem sentir.

4. O PSB ainda enfrenta um triplo problema: os acordos informais e formais com o PSDB, as limitações impostas pela REDE e a proximidade do PT, num governo em que estavam até pouco tempo atrás, estabelecendo relações pessoais, políticas e regionais. Em países com sistema partidário binário ou ternário, como em geral são os países desenvolvidos, isso é uma impossibilidade. Em função disso, não há casos para os analistas e os estudiosos mergulharem. Não há onde ler.

5. Aqui no Brasil há as costumeiras “traições” regionais explícitas ou de fato. E são muitas. Mas não há o constrangimento formal. As presenças e as propagandas são separadas, até por força da lei.

6. Não são muitos os casos a serem estudados. Mas há um recente que merece a atenção dos analistas: O Estado do Rio de Janeiro na eleição de 2010. Gabeira, candidato a governador apoiando –e sendo apoiado- por Marina e Serra. Serra, nas vésperas da convenção no Rio, até previu, mas não dava mais tempo. Foram múltiplos os problemas. Como produzir material de propaganda. O que entra na TV. Mudanças de cenário porque um candidato vem num dia ou numa hora e outro no outro dia, ou noutra hora.

7. A troca de militância que cerca o candidato a governador apoiado por dois presidenciais nos eventos. Os questionamentos da imprensa e as “calças justas”. Pontos de vista opostos. Vide hoje o caso do agronegócio. Na falta de casos, talvez as equipes de Aécio e Eduardo Campos pudessem conversar com aqueles do PV e do PSDB que fizeram a campanha do Gabeira em torno dele e o próprio Gabeira. E levantar os problemas e constrangimentos.

8. Prudência, prevenção e canja de galinha não fazem mal a ninguém.
Fonte: Ex-Blog do Cesar Maia

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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