Dilma deve deixar o anúncio de ministro para depois da Copa
A presidente Dilma Rousseff ainda não iniciou as sondagens para definir quem será o sucessor de Joaquim Barbosa no Supremo Tribunal Federal, mas já sinalizou a interlocutores que pode bater o martelo só depois da Copa.
Dilma não descarta sacar um novo nome em vez de aproveitar opções na prateleira de sondagens anteriores.
Com a aposentadoria de Barbosa, a petista indicará seu quinto ministro do STF. Mas não superará o número de escolhas de seu antecessor imediato, Luiz Inácio Lula da Silva: oito. Do total de ministros apontados por Lula, quatro seguem na corte.
Barbosa –também escolhido por Lula– anunciou sua saída do cargo após 11 anos no STF. Ele teria direito a ficar até sua aposentadoria compulsória em 2024, quando completará 70 anos.
Segundo a Folha apurou, os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Luís Inácio Adams (Advocacia-Geral da União) não são cotados para o cargo. Cardozo é um dos auxiliares no processo de escolha. Ao lado do petista Sigmaringa Seixas, com trânsito no meio jurídico, o titular da Justiça faz as sondagens antes de Dilma decidir.
Um interlocutor palaciano mostrou dúvidas quanto a uma rápida definição do sucessor de Barbosa. Segundo ele, Barbosa só sai em junho. Depois, o Congresso entra em recesso. Por essa lógica, um anúncio após a eleição não estaria descartado, já que seria ruim ter um ministro agora e “deixá-lo pendurado” até que o Senado vote a escolha.
Dilma mudou o perfil de indicações após sua primeira escolha, quando optou por Luiz Fux. Ao acompanhar a atuação do magistrado no Supremo, ela decidiu migrar para nomes considerados por ela de “maior perfil técnico”.
“Ela quer um perfil Teori Zavascki”, em alusão àquela que é tida no Palácio do Planalto como a mais bem sucedida das indicações de Dilma.
No julgamento do mensalão, quando o tribunal condenou 25 pessoas, entre elas a cúpula do PT, Fux foi um dos ministros que mais se alinhou às ideias de Barbosa.
Juntos, Lula e Dilma já indicaram 12 ministros ao STF, A conta subirá com a nova substituição. Nem assim petistas ligados ao mensalão se livraram da condenação.
Apesar de apelos de alguns grupos para que opte por um ministro negro, o Planalto não deve usar raça nem gênero como critério de definição.
Dos candidatos de sondagens passadas, figuram nomes como o tributarista Heleno Torres e o advogado e professor Luiz Fachin. Se seguir o que fez nas escolhas anteriores, a regra número um para que um desses volte ao páreo é não fazer campanha.
Fonte: Folha de São Paulo