Aécio e Campos iniciam corrida pelo apoio de Barbosa na eleição
A decisão de Joaquim Barbosa de antecipar sua saída do STF irá levar as campanhas de Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) a iniciar sondagens na expectativa de conquistar o apoio do presidente do STF, considerado estratégico no eleitorado formador de opinião.
Os dois principais adversários de Dilma Rousseff (PT), porém, sabem que a tentativa de aproximação deverá ocorrer com muito cuidado. É grande a possibilidade de o ministro dizer não aos dois.
Amigos próximos dizem que Barbosa irá avaliar se irá ou não dar apoio público a algum dos candidatos. Dono de 14% das intenções de voto segundo a última pesquisa do Datafolha que o listou entre os candidatos ao Palácio do Planalto, em fevereiro, Barbosa não deu indicações públicas de que pretenda seguir um rumo político por ora.
Desde que passou a ser cotado para disputar a Presidência, o relator do processo do mensalão limitou-se, em geral, a dizer que se sentia “lisonjeado” com os índices atingidos nas pesquisas de opinião e que não era candidato.
Em visita a Franca, nesta quinta-feira (29), Campos reafirmou o convite, feito há meses, para que Barbosa se filie ao PSB. “Qual partido não gostaria de ter Barbosa em seus quadros?”, disse.
Aécio também elogiou Barbosa. “É um homem que o Brasil aprendeu a respeitar. Pode-se gostar ou não dele, mas é um homem íntegro, honrado e que faz muito bem à justiça brasileira.”
Interlocutores do presidenciável tucano afirmam que o partido ambiciona o apoio do ainda ministro. A Folha apurou que, em dezembro, Barbosa e Aécio tiveram uma conversa a sós. Ali, o titular do Supremo não tinha condições de migrar para um partido, muito menos o PSDB. À época, o STF estava às voltas com o julgamento do mensalão tucano, em Minas Gerais.
A ex-corregedora nacional de Justiça Eliana Calmon, responsável por convidar o ministro a ingressar no PSB há alguns meses, afirmou não acreditar que ele aceite integrar, como apoiador, alguma campanha. “Acho que não sairia como coadjuvante, só sairia como ator principal”.
Ela deixou a magistratura para se filiar ao PSB e disputar uma cadeira no Senado.
Segundo ela, Barbosa recusou o convite para seguir o mesmo destino à época sob o argumento de que “pegaria muito mal” para ele.
Fonte: Folha de São Paulo