BATE PRONTO 95

A micareta de Alagoinhas, denominada Alafolia, é uma das mais famosas do interior da Bahia. Em 2015, a confusão argumentativa foi a tônica da discussão sobre a conveniência ou não de se realizar a festa. Mais uma vez, o assunto volta à baila e o governo municipal terá que tomar uma decisão nos próximos dias. Existem prós e contras. A coluna deseja que o debate seja mais racional. 

 

Alafolia I

Mesmo sem confirmação oficial neste momento, a coluna obteve informação indicando que a micareta de 2016 deverá acontecer entre os dias 20 e 22 de maio. O governo municipal pretende fechar algumas conversas logo depois do carnaval e assim criar as condições para anunciar a realização da festa. A iniciativa privada, a exemplo do que acontecerá no evento momesco de Salvador, deverá bancar parte dos custos. Se a festa for bem organizada, o governo cezista ganhará politicamente. Dois anos seguidos sem micareta acarretariam grandes prejuízos à imagem da atual gestão. Principalmente em um momento pré-eleitoral.

Alafolia II

Em ano eleitoral, como de costume, os pré-candidatos tentarão ocupar espaços no circuito da micareta. Alguns vão se transformar em foliões de última hora com objetivo de obter 15 minutos de fama. Se não forem bem dosadas, as aparições terão efeito contrário. Mas dá para pedir juízo aos políticos de Alagoinhas? Vários parecem habitar outro planeta e não a cidade “Pórtico de Ouro do Sertão Baiano”.

Gasolina

Tem vereador no legislativo alagoinhense que parece beber gasolina e não água. A sede está passando dos limites e o edil poderá engasgar. Com o líquido (não o precioso, mas a “gasosa”), custando quase R$ 4,00 o litro é necessário que o presidente Roberto Torres contenha a ansiedade gasolínea do parlamentar.

PT I

Uma cocada, bem doce, de presente para quem souber o rumo que o PT de Alagoinhas tomará no processo eleitoral de 2016. O excesso de açúcar tem objetivo de minorar o azedume partidário pela falta de planejamento das ações que serão implementadas no ano em curso. As informações para o distinto público, em pura manobra diversionista, indicam que está tudo bem. Internamente, contudo, o clima é de desconfiança quanto à possibilidade de se encontrar um caminho que fortaleça a legenda.

PT II

O presidente Ednaldo Oliveira estaria insatisfeito com o imbróglio criado no decorrer do processo interno do ano passado. Resolveu dar um tempo. No futuro, ninguém poderá acusá-lo de não ter trabalhado para o consenso e aceitação das diferenças, que evitariam cisões, prejuízos à imagem partidária, dezenas de defecções já confirmadas e de tantas outras que acontecerão até 2 de abril.

PT III

A coluna foi informada que dezenas de filiados ingressaram no PT de Alagoinhas. Diante da inusitada notícia, está aguardando os nomes dos novos petistas. É caso para São Tomé, o Incrédulo? Ou para o santo em outra fase, já chamado de São Tome, o Crente?

Atlético

O Alagoinhas Atlético Clube é vítima do calendário nacional de futebol, que privilegia as médias e grandes competições. Centenas de pequenos clubes padecem deste mal no Brasil. Mas o Carcará tem um problema ainda maior: a falta de transparência de sua gestão, que pensa ser dona e não mera gestora temporária do clube. Está aí o exemplo na questão do terreno atleticano nas proximidades da rodoviária. Falta transparência, sobram versões sobre o modus operandi.

Onde está o dinheiro?

A Suprema Concursos & Consultoria, empresa responsável por processo seletivo para a Prefeitura de Alagoinhas, está metida em um grande imbróglio: arrecadou em sua conta bancária aproximadamente R$ 140 mil dos candidatos, mas o valor deveria ter sido depositado em conta específica do poder público municipal. Há pressões do governo para a devolução do dinheiro.

Atraso

A Atrium Construções & Empreendimentos, de Feira de Santana, não é especialista em cronograma de entrega de obras. Mais uma vez, o término do conjunto Águas do Viver, situado no Mangalô, foi adiado. Desta vez, para o mês de abril. Os adquirentes já não aguentam tantos adiamentos, que comprometem os orçamentos domésticos e os planos familiares

J.Nunes

Cumpridora de seus cronogramas, a J. Nunes adquiriu na Calu (lado esquerdo, sentido de Araçás) áreas que somam milhões de metros quadrados. Uma das responsáveis pelo novo perfil habitacional de Alagoinhas, a construtora aposta no crescimento da cidade para além da rodovia federal.

Partidos

Partidos políticos valem ouro em anos eleitorais. Alagoinhas deve ter quase três dezenas de legendas com diretórios ou comissões provisórias. Muitos alugados. Quais siglas possuem escritório no município? Quais participam da vida social de Alagoinhas? Partidos se transformaram em instrumentos para negociações políticas que garantam robustas sinecuras. Os exemplos podem ser vistos sem lentes de aumento.

Mídia I

Político insinuou que o Alagoinhas Hoje prestigia demais o vereador Radiovaldo Costa. Argumento vazio, contraditado imediatamente com o seguinte questionamento: Qual político de Alagoinhas cria mais fatos do que o vereador? Acertando, errando, mirando o alvo ou estando distante dele, o ex-petista marca presença quase que diária na mídia porque é capaz de ser percebido como gerador de notícias de interesse social. Amadores, os políticos do município mantêm distância dos veículos de comunicação (sites, emissoras de rádio, jornais) e mesmo assim se dizem detentores de visibilidade positiva.

Mídia II

O professor doutor Albino Rubim é um dos grandes defensores do conceito intitulado “Idade Mídia”, que indica a importância dos veículos de comunicação na política. Os políticos de Alagoinhas, neste particular, estão na idade da pedra lascada. A maioria sequer pensou em um projeto comunicacional para alavancar a carreira política. O mundo é complexo, Alagoinhas não é mais uma província, mas os políticos locais continuam pensando que podem ganhar eleição como Judélio Carmo ganhou em 1972, com um tamborete e sua verve inconfundível.

Foto: Secretaria de Comunicação – Prefeitura de Alagoinhas