Deputada é pressionada a cassar Cunha: ‘Não será mais eleita’

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Deputada de primeiro mandato e, até então, desconhecida na Câmara dos Deputados, a ex-vereadora de Salvador Tia Eron (PRB-BA) tem nas mãos a dura missão de definir o futuro de um dos mais poderosos políticos do Brasil. Eronildes Vasconcelos Carvalho é considerada voto decisivo no processo contra o presidente afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no Conselho de Ética e, nas redes sociais, sofre pressão para dar um voto pela cassação do peemedebista.

Tia Eron não foi poupada nem mesmo no seu aniversário. Nesta quinta-feira, a deputada publicou em seu Facebook mensagem anunciando o dia comemorativo e celebrando o fato de sua filha ter nascido no mesmo dia que ela. As mensagens de parabéns vieram acompanhadas de apelos pela perda de mandato de Eduardo Cunha, reú por corrupção e lavagem de dinheiro no Supremo Tribunal Federal.

“Na próxima eleição a senhora vai sentir a opção de defender um corrupto comprovado. Não será mais eleita. Corrupto tem que ir pra cadeia. Se realmente acredita em Deus, faça o correto: casse Eduardo Cunha”, diz uma das mensagens. “O mínimo que a sociedade espera da deputada é que vote a favor do parecer contra Eduardo Cunha, ou ficará marcada no país inteiro como comparsa de político corrupto”, escreve um outro usuário.

Relator pede cassação de Cunha no Conselho de Ética

No Conselho de Ética, Cunha conta com o apoio de dez dos 21 deputados titulares do colegiado. O grupo que defende a cassação do mandato soma nove votos e, para empatar o placar, precisa da adesão de Tia Eron. Se a deputada confirmar o voto pela cassação, o desempate virá do presidente do conselho, José Carlos Araújo (PR-BA), adversário de Cunha.

Nesta quinta-feira, a deputada elogiou o parecer do relator do caso, deputado Marcos Rogério (DEM-RO), e disse que votará pela “preservação da moral” na Casa. “Eu sei o que tenho de fazer”, afirmou. Apesar disso, nos bastidores, Eron tem disparado telefonemas para seus aliados mais próximos pedindo conselhos e dizendo-se indecisa.

Apoiadores de Cunha confiam no voto da deputada baiana e afirmam que o seu partido, o PRB, firmou um acordo pela absolvição do peemedebista em troca de um ministério no governo interino de Michel Temer. Presidente da legenda, Marcos Pereira tornou-se ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.

Fonte: VEJA

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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