Um novo Esporte Clube Bahia com um velho presidente? – Maurílio Fontes
Ao começar o artigo registro de pronto um aviso: fui torcedor do Alagoinhas Atlético Clube, que vi jogar desde 1975 no Estádio Antônio Carneiro, portanto, as paixões clubísticas há muito me abandonaram.
Não conheço os candidatos à presidência do Esporte Clube Bahia.
Não estou completamente inteirado acerca de suas propostas e para mim elas pouco importam.
Contudo, ao trafegar nas ruas de Salvador me deparo com um outdoor cujo conteúdo registra a mensagem da candidatura de Fernando Schmidt, ex-presidente do clube na década 70, assessorado pelo então diretor de futebol Paulo Maracajá Pereira: “Diga sim a um novo Bahia”.
Produzida pelo marqueteiro do governador, Sidônio Palmeira, o mais entusiasmado cabo eleitoral do até agora secretário do governo petista, a peça é ruim, destoa da realidade e expõe uma mensagem em contradição com os fatos concretos, pois tenta linkar um velho presidente com um novo Bahia.
Pura demagogia, até porque o candidato não demonstra nem saúde para enfrentar os grandes obstáculos com os quais se deparará, caso seja eleito. Como construirá um novo Bahia?
Não defendo nenhuma candidatura, mas ver novamente na Bahia futebol misturado com política é dose cavalar para quem acredita que o esporte bretão, como diziam os velhos locutores esportivos, deve trilhar caminhos autônomos.
A experiência vivida pelo Esporte Clube Bahia é inédita, respeitável e deve servir de modelo aos clubes de todo o Brasil.
Seria muito melhor, entretanto, que a política não estivesse envolvida nesta disputa para um mandato de 16 meses.
Schmidt, ao contrário do que tenta demonstrar sua publicidade, não representa nada de novo.
Ele é o velho com péssima paginação, que não faz jus à competência de seu marqueteiro.
O ECB, sim, é que viverá novos momentos independentemente de quem for seu presidente.
Tentar impingir ao torcedor uma mensagem dissonante é péssimo começo para aquele que quer construir “um novo Bahia”.