Turismo sustentável – Silvio Cioffi
Nem tudo é turbulência e aumento de medidas de segurança nos aeroportos do mundo todo: no último dia 4 de dezembro, a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou que 2017 será o Ano Internacional do Turismo Sustentável, declarando que a atividade pode “conduzir a uma apreciação dos valores inerentes de diferentes culturas, estimular a melhor compreensão entre os povos e conduzir a uma maior consciência da herança de várias civilizações, contribuindo assim para o fortalecimento da paz no mundo.”
Para muitos, declaração da ONU será uma oportunidade de aumentar a presença da indústria de viagens responsável em todo o mundo–e, nesse sentido, o secretário da Organização de Turismo (OMT), Taleb Rifai, afirmou que, como a principal agência da ONU para essa iniciativa, a organização que dirige “está ansiosa por iniciar a organização e implementação do Ano Internacional, em colaboração com de governos e de organizações internacionais e regionais interessadas.”
De acordo com a ONU, um turismo “bem concebido e bem gerido” pode contribuir para as três dimensões do desenvolvimento sustentável, a criação de emprego e para o comércio.
Resta saber se, em consonância com as prioridades da ONU para tornar o turismo mais sustentável em todo o mundo em 2017, o Brasil vai ter condições de, já em 2016, aproveitar a onda dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro para, com dinamismo e consciência, atrair mais turistas estrangeiros.
Os números do setor de turismo receptivo brasileiro em 2015, um ano interminável em que o governo federal quase não sustenta a si mesmo, devem, é verdade, mostrar algum crescimento. A desvalorização do real frente ao dólar barateia o turismo para o estrangeiro que nos visita. E, na contramão, as compras dos brasileiros no exterior tendem a ser menores, o que ajuda vai ajudar a equilibrar a balança comerical brasileira.
Em 2014, ano de Copa do Mundo, também é verdade que mais turistas vieram para cá.
Mas, a despeito de investimentos em arenas esportivas, em modernização de aeroportos e outros, houve um crescimento de apenas 4,4% o número de turistas do estrangeiro. Tudo somado, resulta que o Brasil recebeu só 6,7 milhões de visitantes internacionais no ano passado.
Fonte: Folha de São Paulo