Tradicionais, investimentos em poupança e imóveis não são indicados neste ano

É comum entre os brasileiros que a poupança e os imóveis sejam as primeiras opções que vêm a mente quando se pensa em investimentos. Bastante tradicionais na cultura dos investidores do País, eles não são investimentos recomendados para 2015, no entanto.

A alta da taxa básica de juros (Selic) tornou a rentabilidade da poupança pouco atrativa. Com um rendimento de 0,5% ao mês (fixado quando a Selic passa dos 8,5%), ou seja, 6% ao ano, a rentabilidade da poupança é bem baixa em relação aos CDBs pós-fixados, fundos DI e Letras Financeiras do Tesouro (LFT), títulos do Tesouro Direto que, atrelado à Selic (que hoje está em 12,75%), podem render cerca de 10% ao ano quando descontadas as taxas do investimento.

“Com uma Selic a quase 13%, qualquer investimento se torna mais atrativo que a poupança, mas os brasileiros não sabem disso e acabam perdendo recursos”, afirma Reinaldo Domingos, presidente do instituto DSOP de Educação Financeira.

A exceção, segundo Reinaldo Domingos, ocorre com investimentos a curto prazo, de até seis meses. “A poupança é atrativa para investimentos de menos de um ano, já que, quando se investe em títulos públicos, o investidor tem de pagar o Imposto de Renda a 22%, além de IOF, o que inviabiliza a rentabilidade. Para investimentos a longo prazo, essa alíquota diminui”, explica.

Segundo Leandro Martins, analista-chefe da Walpires Corretora, esse cenário não deve mudar a curto prazo. “As mudanças do Copom em relação a Selic não devem ser menores que 0,75%. Demoraria pelo menos um ano para termos uma taxa baixa que faça a poupança valer a pena. E com a inflação batendo na porta, o governo não tem manobra fiscal pra derrubar os juros”, diz.

Depois do aquecimento do mercado imobiliário nos últimos anos, o setor começa a dar sinais de desaceleração. Dados do Secovi-SP mostram que, em 2014, o número de lançamentos superou o número de vendas em 10 mil unidades. Ou seja: a oferta foi maior que a demanda.

Para Martins, isso significa que o investimento no setor não é a melhor opção neste momento. “Esse mercado tem ciclos, passa alguns anos estagnado e outros na alta. A alta já aconteceu e agora estamos vendo construtoras querendo vender os imóveis em estoque. Com o excesso de oferta, os imóveis deixam de ser um bom investimento”, afirma.

Segundo Domingos, haverá desvalorização no valor dos imóveis. “Nos próximos cinco anos, pode não haver o repasse da inflação oficial para o valor do imóvel. Se ele vale R$ 100 mil hoje, há uma tendência dele valer R$ 100 mil nos próximos quatro anos. Ou seja, os imóveis perderão de 30% a 40% do valor. Investir em imóveis agora só é bom para quem quer morar.”

Fonte: iG

 

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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