Time que está perdendo tem que ser modificado – Maurílio Fontes

As vitórias no futebol e na gestão pública resultam de boa preparação e um time compacto, que ocupe as várias partes do espaço, não havendo distância entre os setores da equipe.

O conservadorismo de Tite, a manutenção do esquema tático pré-definido, sem levar em conta as características dos adversários, e a escalação continuada de jogadores que não produziram os resultados esperados demonstraram que posicionamentos imutáveis e fidelidade exagerada não podem fazer parte do manual de quem dirige a seleção brasileira.

Os exemplos futebolísticos podem ser transplantados para a administração pública.  

A fidelidade exagerada do prefeito Joaquim Neto aos secretários que não produziram resultados esperados em 18 meses rebaixa a qualidade da entrega (palavra da moda do futebol) governamental e cria a tempestade perfeita para as críticas dirigidas ao chefe do Executivo, responsável, em última instância, pelo placar obtido por sua administração.

A máxima “em time que está ganhando não se mexe” pode muito bem ser adaptada, em sentido inverso, para “time que está perdendo tem que ser modificado”.

Só que o técnico alagoinhense gosta de esquemas táticos pré-definidos, sem variações, e as substituições quase nunca acontecem, a não ser por fatores que fujam do dia a dia comezinho do governo, como aconteceu na última sexta-feira, com a exoneração de Luiz Fernando Araújo da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT). 

Faltando menos de seis meses para o início do segundo tempo de seu governo, o prefeito Joaquim Neto terá, entre hoje e  1º de janeiro de 2019, tarefas a cumprir: retirar de campo os jogadores com baixa performance, redefinir o esquema tático, escalar novos titulares e melhorar a preparação do conjunto do seu time.

Muitos jogadores da equipe joaquinista estão cansados, sem movimentos sincronizados, desconhecendo em que direção atacar, sem adaptação ao clima alagoinhense. Há, inclusive, alguns que fizeram muitos gols contra.

Está mais do que na hora do técnico assumir verdadeiramente suas atribuições, responsabilidades e encargos.

E a coragem para mudar o que está errado é o primeiro ingrediente do comandante da equipe denominada Prefeitura de Alagoinhas. Quem gosta da cidade torce por esta equipe.

É doloroso ver passes errados, jogadores batendo cabeça, perda do tempo correto das substituições e a cartolagem da Prefeitura de Alagoinhas vivendo em êxtase, como se tivesse ganhando as partidas por goleadas e o campeonato fosse favas contadas.  

Sem ousadia e têmpera para enfrentar os desafios que se impõem o placar continuará desfavorável.

Mudar é um passo importante.

No entanto, em primeiro lugar, é que preciso que aflore internamente a consciência sobre os erros o governo. 

Time que está perdendo tem que ser modificado.

Goste ou não o técnico.