Temer aposta no “distritão” e quer apoio do PT

O vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), articula a discussão e aprovação do voto distritão com partidos da base e adversários. Para ele, a parcela do PT contrária à proposta pode ser convencida a mudar de ideia por meio de “intenso diálogo” ou então ser derrotada pela maioria do Congresso no voto. Se vingar, a ideia mudaria o atual sistema de eleger deputados federais, que é proporcional. Com a mudança, seriam eleitos para a Câmara os candidatos mais votados em seus Estados, assim como ocorre na disputa para senadores e cargos do Executivo.

Temer já conversou com o ministro das Cidades e presidente do PSD, Gilberto Kassab, com o deputado federal Miro Teixeira (PROS-RJ), com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e com o senador José Serra (PSDB-SP). Segundo ele, todos são a favor de afinar projetos para propor o distritão. Também afirmou que deve conseguir o apoio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) para a causa. ‘Sinto que hoje há uma receptividade muito grande para realizar a reforma política e, dentro dessa reforma, o tema principal é exatamente o sistema de eleição. Há ambiente, estou sentindo”, afirmou o vice-presidente.

Defensor da reforma política e da mudança no modo de eleger os deputados federais desde quando era membro da Câmara, Temer afirma: “O povo não entende como um sujeito que teve 300 mil votos chega à Câmara dos Deputados e quem teve 120 mil fica fora. Quando você explica a nova ideia, as pessoas entendem e aderem imediatamente”.

Embora pareça simples, é um item polêmico da reforma política. Uma grande parcela do PT é resistente à proposta e propõe o voto em lista, que significa que cada coligação ou partido ofereceria ao eleitor uma relação com os nomes dos candidatos da aliança e caberia ao eleitor votar em uma dessas listas.

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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