Síndrome de vereança – Maurílio Fontes
Dois meses após a eleição de outubro, o clima nos bastidores da política alagoinhense está quente. Não há picolé que resista à baixa umidade e ao salve-se quem puder característico de momentos que antecedem o início de um novo governo.
No ambiente político há epidemia chamada síndrome de vereança, inoculada em muitos pela vaidade e pavonismo.
Candidatos não eleitos, principalmente aqueles que foram aliados de campanha de Joaquim Neto, querem ser tratados como se tivessem perspectivas de assumir mandatos.
Argumentos: votações entre 800 e 1.100 votos, colaboração direta para a vitória e capacidade de gestão (verdadeira piada).
Vereadores atuais, não reeleitos, também padecem da síndrome de vereança: querem espaços privilegiados no futuro governo, mesmo com votações menores daquelas obtidas em 2012 e sem exercerem mandatos a partir de 1° de janeiro.
O que o futuro prefeito Joaquim Neto, médico de ofício, prescreverá para a síndrome de vereança?
Paulo Cezar, sem graduação acadêmica, muito menos na área de saúde, se transformou em excelente “aviador” de receitas para portadores de variadas síndromes.
Ao longo de sete anos, PC foi o tranquilizante de muita gente.
Joaquim Neto terá que fazer a gradação das doses, dentro de um planejamento médico, para curar a síndrome de vereança, quase sempre em desacordo com os ditames republicanos e interesses da sociedade.
A síndrome de vereança é algo que conecta umbigo e cérebro (ou a falta dele), com colorido das penas dos pavões mais bonitos.
Casca sem conteúdo.
E foco nos contracheques da Prefeitura de Alagoinhas, mãe zelosa de políticos sem mandatos, apoiadores do vitorioso na disputa do Executivo, e competência para sobreviver na iniciativa privada.
A síndrome de vereança, ao invés de despertar insegurança e medo em seus portadores, os transforma em reis da competência e do oportunismo visceral rumo aos cofres públicos.
Existem exceções, mas são raras e pontuais.
