Sesab confirma 49 casos da síndrome de Guillain-Barré na Bahia

A Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) confirmou que o número de pacientes que contraíram a síndrome Guillain-Barré subiu de 42 para 49 nos últimos quatro dias. De acordo com a Sesab, a quantidade de casos notificados passou de 76 para 101, em menos de quatro dias.

Segundo a Sesab, dentre os 49 casos confirmados, 47 têm histórico de dengue, zika ou chikungunya. Ainda de acordo com o boletim da Sesab, 23 casos foram descartados, 24 estão em investigação e outros cinco casos foram determinados como de outros eventos neurológicos.

A cidade mais afetada pela síndrome é Salvador, com 38 casos confirmados, seguidos de Feira de Santana, com três pacientes diagnosticados, Camaçari e Lauro de Freitas, com dois pacientes diagnosticados em cada.

Entre 1º janeiro e 6 de julho deste ano foram notificados 45.538 casos de dengue, 8.906 casos de Chikungunya e 32.873 casos de Zika na Bahia. O governo do estado divulgou que, desde o início do ano, tem auxiliado os municípios com o treinamento dos agentes de endemia, apoio financeiro, além da aquisição e distribuição de insumos para eliminar os criadouros do mosquito.

No dia 12 de junho, uma jovem de 26 anos que estava internada no Hospital Teresa de Lisieux morreu. Ela começou a apresentar os sintomas de SGB no dia 20 de maio. A identidade não foi divulgada.

Segundo o subsecretário de Saúde do estado, Roberto Badaró, os pacientes que já foram diagnosticados com a síndrome na Bahia apresentaram doença exantemática (Zika), mas não necessariamente é este vírus o causador da SGB.

Doença exantemática é quando observam-se os sintomas do  Zika, mas o diagnóstico ainda não foi confirmado – o que depende de exames específicos.

“O que está causando Guillain-Barré é uma manifestação do próprio paciente que experimentou mais de uma doença viral e que pode até nem ser nenhuma dessas. Pode ser o vírus na mononucleose, a malária, que não é nosso caso aqui”, disse.

Sintomas 

Segundo Ceuci Nunes,  diretora do Hospital Couto Maia, referência em infectologia,  os casos que têm chegado à unidade da SGB, acontecem entre uma semana e 60 dias após o paciente ter apresentado a doença exantemática.

“Isso é o que a gente tem observado na prática. Nossos pacientes estão evoluindo bem, respondendo ao tratamento com a imunoglobulina. Apenas um paciente nós tivemos que transferir para a UTI”, afirmou.

Ainda segundo Ceuci, não há nada que possa ser feito para evitar a síndrome e também não significa que todo mundo que teve Zika terá a síndrome.

“Como é uma doença nova, as pessoas não estão imunizadas contra o Zika. Mas quanto mais casos tivermos, maior a chance de casos graves e, quanto mais casos graves, maior a chance de desenvolver a síndrome”, disse o médico infectologista Fernando Maia, professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

Segundo especialistas, os pacientes apresentam fraqueza muscular que normalmente começa nos membros inferiores e vai ascendendo, podendo chegar às vias respiratórias, o que complica o quadro e o infectado precisa de auxílio de equipamentos para respirar. De acordo com Ceuci Nunes, alguns pacientes também apresentaram paralisias facial parcial e total.

Fonte: Correio

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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