Ser Educacional aponta no Cade alta concentração na fusão Kroton-Estácio

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O grupo Ser Educacional protocolou no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) na semana passada um relatório em que contesta a transação que pretende unir a Kroton e a Estácio.

O parecer, feito pela GO Associados, defende que a fusão criaria uma elevada concentração de mercado e poderia ter efeitos anticompetitivos, segundo Gesner Oliveira, sócio da consultoria.

A união das duas maiores empresas de ensino superior privado do país aguarda análise da autarquia. Há um prazo durante o qual terceiros podem questionar a venda.

Foram identificados 103 mercados de graduação presencial (cursos por município) em que ambos os grupos atuam. Com a fusão, haveria concentração acima de 50% em 45 deles. Em 15 mercados, “o monopólio seria total”, considera Oliveira.

“A alta concentração cria barreiras a novos entrantes.” Entre os fatores que podem eliminar a concorrência efetiva, estão os altos investimentos em marketing por parte do líder de mercado, em um setor em que a marca é determinante, e ganhos de escala.

O Cade tem um prazo de 240 dias, prorrogáveis por mais 90, para avaliar a operação. Com a gigante paralisada à espera da decisão do órgão, analistas enxergam uma oportunidade para outras companhias irem às compras.

“Temos negociações com empresas de todos os portes e tamanhos. Esperamos que algumas delas se materializem em breve”, afirma o diretor-presidente do Ser Educacional, Jânyo Diniz, que não quis comentar o relatório.

Procuradas pela coluna, Kroton e Estácio preferiram não se manifestar.

Fonte: Folha de São Paulo

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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