Senadores discursam sobre impeachment de Dilma

lewandowskiwww

“Como é possível haver atraso se não há prazo para pagamento?”, questionou Anastasia.

Já o vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC), assumiu a tribuna em seguida para elogiar o depoimento de Dilma, na véspera, quando ela passou mais de 12 horas respondendo a questionamentos. Para o senador, a presidente estava “preparada”, e demonstrou seus argumentos detalhadamente.

“Se aquele dito popular valer, de que contra fatos não há argumentos, a presidente Dilma tem que ser inocentada amanhã”, disse Viana, referindo-se ao julgamento final em que senadores decidirão se condenam a petista por crime de responsabilidade.

O senador Acir Gurgacz (PDT-RO), que foi o relator das contas de 2014 do governo Dilma na Comissão Mista de Orçamento (CMO), não declarou seu voto. Teceu críticas tanto à gestão da petista quanto à do presidente interino Michel Temer, mas não deu indicações claras de como irá se portar na quarta-feira.

“Os empréstimos dos bancos públicos e a edição de créditos suplementares, alternativas contábeis usadas pelo governo para fechar as contas de 2015, que são as questões que fundamentam este processo, são importantes e deveriam ser a base desse julgamento, mas se tornaram secundárias, na medida em que o processo se tornou mais político que jurídico”, disse Gurgacz.

Outro que não declarou explicitamente como irá votar foi o senador Fernando Collor (PTC-AL), que teve o mandato de presidente da República interrompido por um impeachment em 1992. Ele subiu à tribuna para afirmar que o processo de impedimento de Dilma é diferente daquele de que foi alvo.

“Hoje a situação é completamente diversa. Além de infração às normas orçamentárias e fiscais com textual previsão na Constituição como crime de responsabilidade, o governo afastado transformou sua gestão numa tragédia anunciada. É o desfecho típico de governo que faz da cegueira econômica o seu calvário, e da surdez política, o seu cadafalso”, disse o ex-presidente.

Segundo integrantes da base do governo interino de Michel Temer, não há orientação, por ora, para que abram mão da fala, o que aceleraria o trâmite.

Diante da expectativa de uma longa fase de debates, já que cada senador tem 10 minutos para discursar, a votação final do impeachment está prevista para quarta-feira.

Fonte: Reuters

 

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

Menu de Topo