Renovação na política: difícil, mas necessária – Maurílio Fontes

Os políticos não abandonam a política. É a política que abandona os políticos. Mais do que um mero jogo de palavras, a frase simboliza, em alguma medida, o apego ao poder e a longa permanência em cargos eletivos.

A renovação de nomes e de métodos é desafiadora e caminha a passos lentos na difícil caminhada rumo ao poder.

Mais difícil ainda é o ingresso de mulheres na política, mas extremamente necessário para que parlamentos e executivos retratem de forma mais equânime a demografia brasileira.

Em Alagoinhas os avanços foram signficativos em 2020 com a eleição de três mulheres e a renovação do mandato da mais antiga vereadora da casa legislativa, que não surpreendeu nem ao menos atento analista político.

As três vereadoras – Luma Menezes (PDT), Juci Cardoso (PCdoB) e Jaldice Nunes (UB) – que ainda não completaram a primeira metade de seus mandatos –  dermacaram espaços importantes na política alagoinhense. Novos olhares, ângulos diferentes e ações proativas foram incorporados ao dia a dia do parlamento.

A experiência tem sido exitosa e deve servir de exemplo para mulheres que desejem disputar mandatos eletivos. 2024 é logo ali e com a perspectiva de ampliação para 19 cadeiras a participação quantitativa de mulheres na Câmara de Vereadores poderá aumentar.

Quem sabe, dobrar, passando para oito. Embora em desvantagem numérica (11 homens e oito mulheres; registre-se que aqui avalio a bem-vinda hipótese de maior participação feminina ), a multiplicação por dois ainda não retrataria a demografia alagoinhense. A futura legislatura poderá ter o acréscimo de duas cadeiras, totalizando 19 parlamentares.

Já está mais do que na hora de denominar o legislativo como Câmara de Vereadoras e Vereadores, eliminando a masculinização que segue uma regra atrasada de nossa língua.

Os êxitos da experiência no plano da política municipal são inegáveis e precisam ser ampliados nas próximas legislaturas. Seria interessante ter uma mulher na presidência da Câmara de Vereadoras e Vereadores.

Ludmilla

Aqueles que defendem a maior participação das mulheres na política devem avaliar os aspectos positivos para Alagoinhas da pré-candidatura de Ludmilla Fiscina à Assembleia Legislativa, não só pelo ineditismo de se poder ter uma representante no parlamento estadual que conhece (e tem interesse em conhecer) os problemas do município, mas pelo lugar de fala de uma mulher que certamente utilizará sua experiência acadêmica e as atividades que desempenhou (com êxito) na gestão pública para “fazer” um mandato com resultados que a população demanda.

A falta de representatividade prejudicou Alagoinhas na atual legislatura estadual e esta lacuna precisa  ficar no passado sob pena de comprometer a viabilização de projetos importantes para o desenvolvimento sustentável do município, que precisa de uma voz legítima, comprometida e com nível intelectual capaz de estabelecer os embates dialógicos, uma das principais essências do parlamento (ser parte da bancada do silêncio, como demonstrado no passado, não somou e atrasou o desenvolvimento de Alagoinhas).

A defesa de políticas públicas consistentes é o único caminho para que qualquer mandato eletivo seja produtivo e proporcione retorno aos cidadãos.

A pré-candidatura de Ludmilla, por si só, já renova a política de Alagoinhas e aproxima os jovens do embate de ideias, o que é muito bom para o futuro de todos.

O futuro é logo ali. E o voto de cada um pode fazer muita diferença.

Fotos:

1. Vereadoras na Band – Alagoinhas Hoje

2. Ludmilla Fiscina – Divulgação 

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

Menu de Topo