Reação do Ouvidor da Prefeitura de Alagoinhas demonstra despreparo para exercício de função pública
A reação virulenta do Ouvidor da Prefeitura de Alagoinhas, Jessé Bico de Pena, também presidente do PTC local, contra o editor do site demonstra de forma inequívoca total despreparo para exercício de função pública.
Quem não consegue conviver democraticamente com críticas da imprensa não pode estar na vida pública, mesmo que do ponto de vista eleitoral tenha sido um vencedor nas eleições de Outubro passado.
Vitórias não são passaportes incondicionais para ofensas à honra de qualquer jornalista.
As críticas às nomeações meramente políticas da atual administração postadas no site foram corroboradas pelo próprio Ouvidor, quando em parte de seu texto, no qual ofende de maneira despropositada o editor do Alagoinhas Hoje, admite que seu cargo é político.
Se o prefeito quis contemplá-lo com um cargo político é problema do alcaide, que tem poder para tal atitude. Mas isso não impõe automaticamente à imprensa a concordância plena com o fato.
No exercício de sua função principal – a crítica – a imprensa tem mais do que direito, tem o dever de apontar falhas na direção da coisa pública.
A polêmica no FACEBOOK e as ofensas dirigidas ao editor do Alagoinhas Hoje por pessoas que parecem ter horror à língua portuguesa só reforçam a nossa caminhada, porque sabemos que a sociedade não quer comunicadores comprometidos até a espinha com os interesses oficiais.
Jornalismo chapa branca, ao contrário do que afirmou Jessé, nunca foi o forte do editor do site.
Ele demonstrou desconhecer totalmente a relação que se estabelece entre veículos de imprensa e o poder público.
De nada adianta uma cidade avançar em termos de desenvolvimento industrial se alguns gestores continuarem agindo como trogloditas, querendo que a imprensa, de forma automática, esteja à serviço de seus interesses.
Não contem com o Alagoinhas Hoje para isso.
As tentativas de vitimização de Jessé por parte de seus amigos ( “o rapaz que não estudou”, “é pessoa humilde”) não respondem às questões colocadas pelo Alagoinhas Hoje e são na verdade o tangenciamento de um fato para o qual eles não têm respostas.
As ofensas e as ameaças embutidas em alguns textos pueris no FACEBOOK também demonstram que uns poucos gostariam de nos calar.
Esse é um objetivo impossível de ser alcançado por quem quer que seja.
O episódio teve um saldo altamente positivo para o Alagoinhas Hoje: a solidariedade daqueles que pensam e querem uma cidade diferente e não se conformam com o prato que nos é servido diariamente por uma administração quase que monocórdica.
Que o prefeito enquadre seus assessores e imponha o respeito aos jornalistas locais como norma de conduta da administração municipal.
Sem um código de conduta dos gestores públicos, a tendência é o relacionamento entre a imprensa e poder público descambar para um campo minado.
O editor do Alagoinhas Hoje já enfrentou muitos embates em quase 30 anos de atividades profissionais.
Não serão as ofensas do Ouvidor e de seus áulicos que imporão limites ao legítimo exercício de um jornalismo sério, que busca discutir fatos e não realçar perfumarias inconsistentes.