Pesquisas capturam o presente. Não garantem resultados futuros – Maurílio Fontes

Vivemos tempos estranhos em que a verdade se tornou irrelevante e versões são mais importantes do que os fatos.

Pós verdade em mentes e corações, construindo um mundo ilusório no qual crenças se sobrepõem à ciência e à realidade, cujo único objetivo é influenciar segmentos sociais sob a égide do falseamento.

“Em uma guerra a primeira vítíma é a verdade”. O velho ditado, adaptado à política, diz muito sobre a disputas eleitorais em tempos de pós verdade. E o Brasil tem sido um grande “laboratório” da produção fake.

As pesquisas eleitorais, estratégicas para quem trabalha com marketing político e para candidatos, principalmene aos que disputam cargos majoritários, geram desconfianças quando os resultados não agradam e são tratadas como se fossem produto de manipulação.

Existem institutos sérios, que merecem respeito, assim como empresas de pesquisas fradulentas, dispostas a fazer qualquer negócio em busca de lucro. É preciso separar o joio do trigo.

Confusão

Há confusão entre crenças e os resultados das pesquisas.

Se creio que meu candidato está muito bem colocado, são elas, as pesquisas, que estão erradas e a serviço do adversário.

Raciocínio rasteiro, que desconsidera a dinâmica das campanhas e despreza uma informação básica: “Se as eleições fossem hoje os candidatos A, B, D, E …. teriam  X% de intenção de voto”. 

Pesquisas capturam o presente. Não garantem resutados futuros justamente pela dinâmica das campanhas e a movimentação dos eleitores, capazes de reverter cenários.

No Brasil, quase todos são especialistas em futebol e política.

Mas daí a entender de pesquisas eleitorais vai um grande diferença.

Gente que nunca viu um questionário, nunca teve acesso a um caderno de pesquisa e nunca avaliou cenários eleitorais, dinâmicos por natureza, não deveria ter o desplante de condenar aquilo que não conhece só pelo simples fato dos resultados não estarem em consonância com o desejado.

Por falta de conhecimento é mais fácil apostar na pós verdade.

Especialista em Marketing Político, Mídia, Comportamento Eleitoral e Opinião Pública