Pelegrino e Pinheiro resolvem enfrentar Rui e Wagner
Em retaliação ao crescimento da candidatura de Edísio Nunes à presidência do PT de Salvador, um ex-aliado seu, o deputado federal Nelson Pelegrino celebrou um acordo com o senador Walter Pinheiro para a disputa dos comandos estadual e municipal da agremiação. Na prática, o acordo é uma guerra declarada dos dois à pré-candidatura de Rui Costa ao governo do Estado pelo PT, posto disputado por Pinheiro e mais o secretário Sérgio Gabrielli (Planejamento) e o ex-prefeito de Camaçari, Luiz Caetano, cujo apoio o senador e Pelegrino decidiram que agora também vão buscar.
Pelo acordo firmado entre Pinheiro e Pelegrino, os dois lançam uma chapa única à presidência do PT de Salvador – que, no caso de vitória, será ocupada em sistema de rodízio nos dois biênios por Edson Valadares (candidato do senador) e Marta Rodrigues (candidata do deputado) – para enfrentar Edísio Nunes e Paulo Teixeira, apoiados pelos tendências ligadas a Rui. Eles também decidiram apoiar o nome do jornalista Ernesto Marques para o comando estadual do PT contra o militante Everaldo Anunciação, que tem o apoio das forças ligadas à pré-candidatura de Rui, atual chefe da Casa Civil do governo e preferido de Wagner para a sucessão estadual.
Pelegrino costurou o entendimento com Pinheiro depois de ver rechaçada uma proposta para montar uma chapa em sistema de rodízio entre Marta Rodrigues e Paulo Teixeira. A sugestão visava derrubar o acordo firmado por Teixeira com Edísio, mas foi descartada pelo deputado J. Carlos. Uma das maiores forças individuais do PT municipal, J. Carlos é padrinho político de Teixeira e um dos mais importantes avalistas da chapa com Edísio. Convencido de que a articulação foi montada por Rui para tirar-lhe o controle do PT de Salvador, inviabilizando assim sua candidatura à Prefeitura de Salvador em 2016, o deputado federal afastou-se de Gabrielli, a quem se cogitava que daria apoio para candidato a governador no PT, e resolveu unir-se a Pinheiro.
Antes de anunciar o acordo com o senador, o parlamentar deu declarações, pela manhã, que levaram petistas a concluir que questionava a capacidade de Rui de liderar a disputa ao governo no grupo governista: ”Nós estamos terminando um ciclo, que são os oito anos do governo do companheiro Wagner, que foi um governo que trouxe transformações e avanços importantes para a Bahia, mas nós não podemos apenas ter um candidato na nossa frente que diga que vai dar continuidade ao governo Wagner”. No acordo que firmou com Pinheiro, Pelegrino se compromete a apoiar sua escolha para candidato a governador no PT agora em troca do apoio para a disputa pela Prefeitura de Salvador em 2016.
Fonte: Política Livre