‘Palanques regionais ameaçam apoio do PMDB a Dilma’
Lidar com uma crise na bancada do PMDB no Congresso não chega a ser nenhuma novidade para o Palácio do Planalto. A permanente insatisfação dos peemedebistas e seu apetite por cargos e liberação de verbas começaram na gestão Lula e se estenderam pela administração Dilma Rousseff. Porém, no próprio PMDB há quem aponte outro complicador na atual relação com o governo: a montagem dos palanques estaduais para as eleições do ano que vem.
Ex-ministro da Integração Nacional e atual vice-presidente da Caixa Econômica Federal, o baiano Geddel Vieira Lima vai além: “O caminho natural do PMDB é estar com o PT na reeleição da presidente Dilma Rousseff, mas o quadro atual está muito confuso. Tudo é possível”, disse ao site de VEJA.
O senhor tem sido um dos personagens que falam abertamente do risco de uma ruptura entre PT e PMDB. O estremecimento da aliança pode mesmo fazer o PMDB desembarcar do projeto de reeleição de Dilma? Não dá para subestimar os conflitos nos estados. Há problemas nos estados que precisam ser enfrentados. Precisamos buscar soluções. Do contrário, a relação tensiona.
Existem palanques duplos importantes: Pezão (PMDB) e Lindbergh Farias (PT) no Rio de Janeiro, e Delcídio Amaral (PT) e o governador André Puccinelli (PMDB) em Mato Grosso do Sul. Na Bahia o senhor enfrenta um candidato do governador Jaques Wagner (PT). É possível que esse cenário azede a parceria PT-PMDB? O caminho natural do PMDB é estar com o PT na reeleição da presidente Dilma Rousseff, mas o quadro atual está muito confuso. Tudo é possível. Tem essa questão dos estados para resolver. Tem que ter muita conversa e muita paciência.
Em 2010, o senhor passou por uma situação de duplo palanque com o governador Jaques Wagner. O PMDB vê agora a possibilidade de a presidente subir em palanque duplo? O caminho natural, o mais provável, é ela optar por ficar com o PT, como fez em 2010. Mas cada caso é um caso e isso terá de ser tratado. O grande problema já está identificado. Houve uma antecipação do processo eleitoral e há uma antecipação legítima das angústias.
Como o senhor vê as prováveis candidaturas de Aécio Neves e Eduardo Campos? Eduardo Campos e Aécio Neves são dois homens públicos respeitáveis. Foram meus colegas de Parlamento, mas é muito cedo para comentar candidaturas agora.
Na Bahia, o senhor costura sua candidatura como uma unificação das oposições ou ainda é possível se aproximar do governador Jaques Wagner? Essa conversa nunca aconteceu, então não posso tratar. Desde a eleição de Salvador eu estou inserido em outro campo, mas todo mundo está conversando com todo mundo. Eu não tratei de nenhum tipo de conversa com o PT na Bahia.