O QUE É ISSO, COMPANHEIRO??? – Ernesto Marques
Qualquer análise da conjuntura, por mais superficial que seja, aponta várias pedras no nosso caminho, até as eleições de 2014. Esses obstáculos deveriam estar no centro das preocupações da direção estadual do PT, enquanto trata do processo de escolha do nosso candidato à sucessão do governador Jaques Wagner. Da mesma forma, a direção deveria considerar que estamos em pleno processo eleitoral interno e, portanto, do fim de seu mandato.
O método da imposição pela força, já derrotado com o naufrágio da tese do “chapão”, é igualmente inadequado para construir o mínimo de unidade interna em torno de qualquer candidatura. Insistir nesse método é fazer uma gestão temerária da política. Colocar o carro adiante dos bois e marcar para a véspera do PED, o anúncio do nome que se pretende “ungir”, mais do que uma imprudência política, é desrespeito à militância e às lideranças de base. Se não for usurpação das tarefas da próxima direção, é a pura expressão da arrogância de quem se acha plenipotenciário dos desejos e preferências dos filiados e filiadas.
É óbvio que nenhum candidato petista terá facilidade numa campanha sem o apoio dedicado da nossa maior liderança, o governador Jaques Wagner. Da mesma forma, uma candidatura empurrada goela abaixo de quem construiu o PT, dificilmente será bem sucedida. O método que se tenta impor pode ser a ante-sala de uma derrota eleitoral, de uma vitória eleitoral sem um petista na cabeça da chapa ou, o que é ainda pior: a vitória de um candidato petista sem o PT.
Rechaço as três hipóteses. Na condição de candidato a presidente estadual do PT, quero dirigir o Partido sob os mesmos métodos que nos levaram aos governos que hoje lideramos e à condição de um dos maiores partidos de esquerda do mundo.
Ernesto Marques é jornalista, vice-presidente da Associação Baiana de Imprensa e candidato à presidência do PT estadual.