Na contramão da Bolsa, ação de menor porte sobe

Apesar da queda de 7,55% do principal índice da Bolsa brasileira no primeiro trimestre deste ano, a maior desvalorização para o período em 18 anos, houve quem tenha tirado proveito do mercado nesse período.

Foi o caso de quem fugiu das ações de empresas ligadas a commodities (matérias-primas) -as principais vilãs da Bolsa no início do ano com as maiores quedas.

As ações voltadas ao consumo doméstico, como as dos segmentos de educação, varejo e a maioria do setor elétrico, tiveram bom desempenho de janeiro a março.

Muitas dessas empresas são classificadas como “small caps”, ou de menor porte, sem grande peso no valor de mercado da Bolsa.

“O movimento positivo foi guiado por companhias que nada têm a ver com o que acontece no exterior”, ressalta Pedro Galdi, analista da SLW Corretora.

“Durante um bom tempo só se falava em Vale e Petrobras e depois vieram as empresas do Eike. Agora que elas estão em baixa, outras companhias receberam mais atenção. Os investidores vasculham em busca de oportunidades”, acrescenta.

CUIDADOS

Antes de se aventurar em uma aplicação, é preciso se precaver.

As empresas que fazem parte do Ibovespa, ressalta Galdi, são obrigadas a ter um grau elevado de transparência e informação sobre resultados. Já as que estão fora dele merecem maior cautela por parte do investidor, afirma.

“É preciso buscar dados sobre a situação da empresa”, diz o analista.

Muitas trazem essas informações em seus sites na internet, na área de relação com o investidor. Também é possível pedir dados à corretora que vai fazer a intermediação do negócio.

COMMODITIES

Depois das quedas recentes, especialistas questionam se a “era de ouro” das commodities chegou ao fim.

Para se ter uma ideia de como as ações desse setor têm sido castigadas, só os papéis mais negociados da Petrobras e da Vale registraram, de janeiro a março, perdas de 5,99% e 18,7%, respectivamente.

As ações da OGX, empresa do ramo de petróleo de Eike Batista, despencaram 47,3% no primeiro trimestre. Os papéis dessas três empresas representam, juntos, 22,36% do Ibovespa.

EXTERIOR

O segmento de commodities tem relação direta com o noticiário externo.

A crise da dívida do Chipre, por exemplo, afetou o desempenho das ações de commodities no começo de 2013, pois reduziu a perspectiva de expansão global, aumentando a preocupação com uma queda na demanda por matérias-primas.

Incertezas quanto à manutenção do ritmo de crescimento da China, a maior consumidora global de commodities, também pesaram contra os papéis do setor.

“É claro que as ações dessas empresas são importantes para o país, mas, agora, o investidor pode ter melhores oportunidades em outros segmentos”, diz William Alves, da XP Investimentos.

Fonte: Folha de São Paulo

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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