BC continuará com ajustes na política monetária, diz ata
O Banco Central vê a inflação no próximo ano maior do que via antes, apesar de reforçar que o atual ciclo de aperto monetário fará os preços entrarem em trajetória de declínio, segundo ata divulgada nesta quinta-feira (18), da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na última semana.
A mediana das projeções de inflação para o ano que vem elevou-se de 5,8% para 5,9%. Em 2013, a previsão se manteve em 5,81%.
Para a autoridade monetária, a depreciação do real ante o dólar é uma pressão inflacionária no curto prazo.
O BC repetiu que sua política deve permanecer “especialmente vigilante” e que é “apropriada a continuidade do ritmo de ajuste das condições monetárias ora em curso”.
Isso sinaliza que o BC pode manter o atual ritmo do aperto, como esperado pelo mercado. Na semana passada, ele elevou a Selic em 0,5 ponto percentual, a 8,5% ao ano, mantendo o passo da reunião do Copom de maio, em meio à inflação elevada e à economia ainda sem sinais consistentes de recuperação.
Foi a terceira alta seguida na taxa básica de juros, que já somaram 1,25 ponto percentual e deixaram para trás a mínima histórica de 7,25% ao ano.
“O Copom destaca que, em momentos como o atual, a política monetária deve se manter especialmente vigilante, de modo a minimizar riscos de que níveis elevados de inflação como o observado nos últimos 12 meses persistam no horizonte relevante para a política monetária”, trouxe a ata.
Em junho, a inflação medida pelo IPCA estourou novamente a meta, ao acumular alta 6,70% em 12 meses, maior alta desde outubro de 2011. Mas a variação mensal –de 0,26%– veio bem abaixo das expectativas, reforçando as apostas de que o BC não precisaria acelerar o passo e elevar ainda mais a Selic.
A perspectiva é de que a inflação continue perdendo força, mas o mercado ainda aposta que o IPCA fechará este ano a 5,80% neste ano, praticamente em linha com o ano passado (5,84%) e acima do valor central da meta do governo, de 4,5%.
Segundo a ata, o BC elevou sua projeção para a inflação em 2014 no cenário de referência, mantendo-a acima do centro da meta do governo, de 4,5% pelo IPCA. Para 2013, ainda no cenário de referência, a projeção da inflação não mudou, também permanecendo acima da meta.
Fontes: REUTERS/Folha de São Paulo