Moro decreta prisão preventiva de suposto lobista do PMDB

O juiz federal Sérgio Moro decretou nesta sexta-feira (25) a prisão preventiva de João Augusto Rezende Henriques, suposto operador de propina do PMDB na Operação Lava Jato.

A prisão temporária do lobista tinha validade até hoje, mas Moro atendeu o pedido do Ministério Público Federal (MPF). Na ocasião também foram autorizadas buscas e apreensões domiciliares.

Segundo a denúncia, Henriques atuou na negociação e na intermediação da propina, recebendo parte dela. O lobista teria se encarregado de distribuir parte do dinheiro que caberia ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro. Ele também é acusado de receber R$ 20 milhões de empresas investigadas na operação.

Na manhã desta sexta, Henriques foi interrogado pela Justiça Federal e iniciou o depoimento negando as informações, dizendo que jamais teria constituído empresas off-shores. Porém, quando foi confrontado com alguns documentos, passou a admitir o fato e afirmou que utilizou para receber pagamentos relacionados a contratos da Petrobras.

Segundo o MPF, ele admitiu que realizou pagamentos a “amigos” que o ajudaram, entre eles pessoas com “cargo”. “Se alguém me ajudou eu paguei. Se alguém me deu alguma informação, eu paguei. Agora eu não vou entregar um amigo que eu dei alguma ajuda”, declarou.

Na ocasião, ele revelou a existência de duas outras empresas off-shores que teria constituído, ambas com contas no exterior – Acona e Sting Dale. Ao final do depoimento, o acusado admitiu que, em outro contrato da Petrobras, teria efetuado transferência bancária, a pedido de terceiro, para conta no exterior que pertenceria a um agente político já acusado em outra ação penal perante o Supremo Tribunal Federal (STF).

Henriques também responde ação penal na Justiça Estadual do Rio de Janeiro pela contratação da Odebrecht. Segundo consta na denúncia, ele teria intermediado o contrato da empreiteira, sendo superfaturado em aproximadamente US$ 344 milhões.

Fonte: iG