Maternidade de Mata de São João nega atendimento a duas parturientes de Alagoinhas

Maria Natália da Conceição Santos, 32 anos, moradora de Santa Terezinha, grávida de nove meses, está desde às 8 horas da manhã deste sábado tentando ingressar em uma maternidade para que a cesariana que possibilitará o nascimento de seu segundo filho seja realizada. Na maternidade de Alagoinhas não foi possível atendê-la pela falta de médicos. Em Pojuca, também pela ausência de obstetra, o atendimento não se realizou.

NATÁLIA 1

Na Maternidade de Mata de São João, apesar da presença no início da tarde deste sábado de todos os profissionais necessários para a realização do parto, o atendimento foi negado sob alegação de que só as moradoras do município são atendidas. O fato foi confirmado pela amiga de Maria Natália, Luciana Almeida, que em conversa telefônica com o editor do Alagoinhas Hoje, narrou a forma no mínimo descortês com que ela, seu noivo, Leandro Mota Lima, acompanhantes, e Natália foram tratados.  

Uma enfermeira afirmou que os profissionais estavam de plantão na maternidade, mas que a parturiente não sendo de Mata de São João não seria atendida. Um verdadeiro crime, porque o Sistema Único de Saúde (SUS) garante porta aberta para quem precisa, principalmente às parturientes que necessitam de atendimento imediato. “Vá reclamar com seu prefeito, porque aqui só são atendidas as mulheres de Mata de São João”, teria dito a enfermeira, após conversar com uma médica que estava no plantão.

Gracile Matos, moradora do 21 de Setembro, em Alagoinhas, também não foi atendida na Maternidade de Mata de São em função do mesmo argumento apresentado a Natália: “não é do município e não tem direito ao atendimento”. Ela procurou a maternidade matense na tarde de hoje porque sua gravidez já está no final e a hora do parto se aproxima. 

LUCIANA 1

Além da gravidade dos fatos, que precisam ser apurados pelas autoridades da área de saúde do estado, ficou claro que Mata de São João não é o paraíso da saúde como foi por muitas vezes afirmado em Alagoinhas durante a campanha eleitoral para beneficiar a candidatura à Câmara dos Deputados do empresário e ex-prefeito do município, João Gualberto (PSDB). 

O Conselho Regional de Medicina (CREMEB) e o Conselho Regional de Enfermagem (COREN) precisam tomar ciência do fato e instaurar procedimentos para apurar se a enfermeira obstetra de prenome Norma agiu seguindo orientações da Prefeitura de Mata de São de privilegiar apenas as parturientes do município. 

Natália será transferida para a maternidade municipal de Feira de Santana para que a cesariana seja realizada. Quando chegar à Feira ela terá viajado quase 200 quilômetros neste sábado.  Tudo isso com nove meses de gravidez. 

As duas parturientes de Alagoinhas foram para Mata de São João separadamente. Elas nem se conhecem. E a enfermeira Norma negou o atendimento a ambas em momentos distintos, demonstrando ser uma regra da casa de saúde. 

Graciele aguardará a chegada de um médico na Maternidade de Alagoinhas. Que pode aparecer ou não. 

A direção da Maternidade de Pojuca entrou em contato com sua congênere de Alagoinhas solicitando que não sejam enviadas pacientes para o município vizinho. Não há condições de atendê-las. 

O que as autoridades têm a dizer sobre isso?

Fotos:

1 – Maria Natália da Conceição Santos

2- Luciana Almeida

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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