Juros do cheque especial e do crédito pessoal sobem em abril, diz BC
As taxas de juros para cheque especial e crédito pessoal sem desconto em folha de pagamento subiram em abril em relação a março, segundo dados do Banco Central.
Essas linhas também são as que mais subiram no ano, por conta do repasse da alta da taxa básica de juros (Selic) para o consumidor.
No cheque especial, os juros passaram de 147,9% para 161,8% ao ano, maior taxa desde abril de 2012 (163,2%).
No crédito pessoal, passou de 86,1% para 99,1% ao ano na mesma comparação, maior valor da série histórica iniciada em março de 2011 para esse dado.
No ano, os juros médios subiram de 19,7% para 21,1% ao ano, seguindo o movimento de alta da Selic.
Na comparação com abril, a taxa média de juros ao consumidor ficou estável.
Nesta quarta-feira (28), o BC decidiu manter a taxa básica em 11% ao ano, depois de nove altas consecutivas desde abril do ano passado. Isso deve repercutir nos juros ao consumidor, segundo o BC.
“A tendência é que essa elevação dos juros no ritmo dos últimos 12 meses não se mantenha. É o que se observa historicamente”, disse Maciel.
DESACELERAÇÃO DO CRÉDITO
Outro efeito da alta da taxa básica é a desaceleração do crédito. Até março a taxa de crescimento estava em 13,7% em 12 meses. No fim de 2013, estava em 14,6%.
“Em abril, ficou em 13,4%, em linha com nossa projeção para o ano, que é de 13%”, afirmou o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel.
“Essa moderação vem acontecendo ano a ano e isso é importante do ponto de vista de sustentabilidade do crescimento do crédito.”
Entre as modalidades para pessoas físicas, destaca-se a queda de 2,0% no crédito para veículos no acumulado do ano até abril, na comparação com o mesmo período de 2013. Também houve recuo no uso do cartão de crédito à vista, de 6,7% no ano.
O BC informou ainda que a inadimplência segue em 3% desde dezembro, sem alterações.
“As taxas de inadimplência estão hoje no piso histórico e não é uma coisa localizada em uma modalidade ou outra. Já temos cinco meses de estabilidade nesse patamar”, afirmou Maciel.
“O aumento do custo de crédito nos últimos 12 meses acabou não repercutindo na inadimplência.”
Fonte: Folha de São Paulo