“Hospital Dantas Bião merece mais atenção do governo do estado”, afirma presidente do Sindicato dos Médicos – Exclusiva

Em entrevista exclusiva concedida ao editor do Alagoinhas Hoje no final da tarde desta segunda-feira (13), Francisco Jorge Silva Magalhães, presidente do Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia (SINDIMED), afirmou que o Hospital Regional Dantas Bião (HRDB) merece mais atenção do governo do estado. Ele ressaltou que o Bião é um dos mais antigos hospitais do interior do estado.

Magalhães disse que visitou o hospital em duas oportunidades e constatou as carências da unidade de saúde, referência no atendimento às vítimas de traumas. “Neste momento, a situação é muito séria porque médicos estão sem receber seus salários e faltam materiais básicos para o funcionamento o hospital”, declarou o presidente do sindicato. 

Em sua opinião, a mudança de gestão do Dantas Bião não agregou qualidade ao atendimento. “A empresa ganhou a licitação e não apresentou nada de novo”, registrou Magalhães. 

Ele informou ao Alagoinhas Hoje que a Secretaria Estadual da Saúde (SESAB) não havia respondido até a tarde de hoje o ofício enviado pelo SINDIMED ao gestor da pasta, Fábio Vilas-Boas, no qual a entidade comunicou a paralisação de alguns serviços médicos. 

O gestor da SESAB foi criticado pelo presidente do Sindicato dos Médicos. Magalhães afirmou que Vilas-Boas tem um visão da saúde a partir de sua atuação na iniciativa privada. “O secretário quer gerir a saúde pública como se ela tivesse que dar lucro e garantir produtividade, tratando os pacientes como meros números e não como seres humanos em busca de atendimento”, destacou. Para o presidente do Sindicato dos Médicos, a saúde pública na Bahia está à beira do abismo. 

Segundo ele, uma das preocupações do titular da Secretaria da Saúde seria “rodar leitos”, jargão utilizado para indicar a necessidade de manter pacientes por menos tempo nos leitos hospitalares. “É a típica visão da saúde como mercadoria e a desumanização dos pacientes”, pontuou o presidente. 

Empresas

De forma enfática, Magalhães declarou que “as empresas terceirizadas que fazem a gestão de unidades de saúde na Bahia são verdadeiras quadrilhas, que entram no serviço público pelas relações que constroem, sem qualquer interesse em prestar bons serviços”. 

Os grandes prejudicados, de acordo com o Magalhães, são os pacientes que precisam do serviço público de saúde. “As empresas gestoras ganham muito dinheiro, enquanto os pacientes sofrem para conseguir atendimento adequado”, assegurou. 

Foto: Assessoria de Comunicação do Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia