Greve contra leilão do pré-sal atinge 42 plataformas da Petrobras, diz sindicato
A greve iniciada nesta quinta-feira (17) pelos petroleiros contra a realização do primeiro leilão do pré-sal da bacia de Santos, do campo de Libra, programado para a próxima segunda-feira, atingiu 42 plataformas da Petrobras na bacia de Campos, segundo a FUP (Federação Única dos Petroleiros).
A Petrobras não comentou o assunto.
A greve está sendo organizada pela FUP e pela FNP (Federação Nacional dos Petroleiros), que reúne sindicatos regionais. A decisão da FUP é parar as atividades por 24 horas, enquanto a FNP anunciou que pretende cruzar os braços até a suspensão do leilão.
As duas entidades reúnem os 85 mil empregados da Petrobras, sendo 70% filiados à FUP.
Em carta à Petrobras, a FNP alerta que a greve de vinte e quatro horas poderá ser estendida se não houver acordo. A entidade pede que os dias parados não sejam descontados, como prevê a legislação, e garante a manutenção dos serviços essenciais, como abastecimento de gás e combustíveis.
A paralisação só deve afetar o consumidor caso a produção fique parada por mais de 5 dias.
As entidades querem o fim do leilão pois dizem haver risco à soberania do país e prejuízos à nação caso o campo de Libra seja “apropriado” por petrolíferas transnacionais.
REIVINDICAÇÕES
Além da suspensão do leilão, que não depende da empresa, mas de seu controlador, a União, os petroleiros querem aumento salarial de 11,6%, um aumento real de 5%, e o arquivamento do Projeto de Lei 4.330, conhecida como a lei da terceirização, o que também não depende da Petrobras.
Segundo a FUP, nos campos de produção terrestre da Bahia os petroleiros anteciparam a paralisação para as 20 horas de ontem nas estações de Candeias, São Francisco do Conde, São Sebastião do Passe, Socorro, Marapé e Dom João.
BRAÇOS CRUZADOS
Os trabalhadores cortaram a rendição do turno às 23 horas e 23h30 nas refinarias de Duque de Caxias (Reduc, RJ), Manaus (Reman), Paulínia (Replan, SP) e Mauá (Recap, SP) e nos terminais de Cabiúnas (Norte Fluminense), Campos Elíseos (Duque de Caxias, RJ), Guararema, São Caetano, Barueri e Guararema (São Paulo) e na Termorio (Duque de Caxias), segundo a FUP.
Na refinaria Landulpho Alves (Rlam, Bahia), a paralisação começou à zero hora desta quinta-feira.
No Terminal de Cabiúnas, em Macaé, houve corte de rendição às 23h e a operação foi assumida pela equipe de contingência da empresa. O Sindipetro-NF, um dos filiados da FNP, recebeu informação de que a entrega da operação também foi antecipada na plataforma P-8, a bacia de Campos.
Segundo a FUP, no Terminal de Guararema, em São Paulo, 100% do turno aderiu à greve. Na Reduc, em Duque de Caxias, a participação dos trabalhadores do turno é de 85% e na Termorio, termelétrica no Rio de Janeiro, também foi de 100%. Na Reman, a adesão é também de 100% do turno.
Na Transpetro, a greve atinge os terminais de Solimões (AM), Suape (PE), Madre de Deus (BA), Campos Elíseos (Duque de Caxias/RJ), Cabiúnas (Macaé/RJ), Guararema (SP), São Caetano (SP), Barueri (SP), Brasília, São Francisco do Sul (SC), Itajaí (SC), Guaramirim (SC), Biguaçu (SC), Paranaguá (PR), Osório (RS), Canoas (RS) e Rio Grande (RS).
Fonte: Folha de São Paulo