Equipe de Lula estuda preços regionais para os combustíveis em nova política da Petrobras

A equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva planeja um conjunto de mecanismos para alterar a política de preços da Petrobras em 2023 e reduzir o impacto da cotação do petróleo lá fora nas bombas dos postos de combustíveis no Brasil.

Segundo fontes que acompanham o processo, a ideia é substituir a atual paridade de preço internacional (PPI) — pela qual o valor da gasolina e do diesel no mercado interno acompanha as oscilações do barril no exterior e do câmbio — por uma “política nacional de preços”, mas com calibragem regional.

O plano prevê, ao todo, quatro pilares para balizar a nova política de preços nas refinarias da Petrobras. Haverá uma espécie de valor de referência, a ser criado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), mas isso seria regionalizado.

Segundo fontes, a ideia é mapear áreas de influência das refinarias espalhadas pelo país. A partir disso, seria calculado quanto combustível cada refinaria pode produzir (com base na sua capacidade instalada, por exemplo) e o volume de importação que ela precisa para atender a sua região.

Uma fonte explicou que os custos de importação, por exemplo, variam de acordo com a localidade, gerando preços diferentes.

Assim, nas regiões em que a importação responde por uma fatia maior do mercado, o preço internacional (algo similar ao atual PPI) teria um peso maior na composição do valor final cobrado nas refinarias.

Em locais onde o volume vendido é em sua maioria produzido localmente, o valor de referência nacional é que teria relevância maior no cálculo final.

Dessa forma, refinarias da Petrobras cobrariam preços distintos. Atualmente, a estatal pratica os mesmos preços em todas as suas unidades.

Ainda precisam ser definidos critérios como periodicidade de reajuste e delimitação geográfica das áreas de influência. Segundo uma fonte, a estratégia é seguir a realidade de mercado, numa política bem “longe da interferência” adotada no governo de Dilma Rousseff, quando os preços foram mantidos artificialmente baixos por um longo período, gerando perdas bilionárias para a Petrobras.

Fonte: O Globo

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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