Enem é mais difícil que desfile, diz rainha

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Acostumada com notas altas em evolução, enredo e fantasia, Sthephanye Cristine, rainha de bateria da Unidos do Peruche, espera também conseguir uma boa pontuação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) nos dias 5 e 6 de novembro.

Na Avenida, é veterana. No processo seletivo, porém, fará sua estreia. A jovem, que sustenta a coroa de rainha há três anos com (muita) malemolência, teme perder o rebolado na hora de encarar cinco horas de prova. “Para rainha eu tive um tempo para dar uma treinada, era rainha mirim. Para o Enem é um ano e acabou”, compara.
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Em 2017, ainda com 17 anos, Stephanie será pelo segundo ano a rainha mais nova do Grupo Especial do carnaval de São Paulo. Moradora da Casa Verde Alta, na Zona Norte da cidade, ela começou a desfilar na escola com quatro anos, e com sete já era rainha mirim.

A rotina para conciliar os estudos e o samba é puxada. De manhã, ela estuda na Escola Estadual Leme do Prado. De tarde, trabalha 6 horas como auxiliar administrativa. Em seguida, vai para a academia e, quando chega em casa, por volta das 22h30, finalmente consegue estudar.

“Teve um dia que fiquei até 1h estudando com a minha mãe do meu lado. Mas não é todo dia, porque eu também tenho que levantar cedo. Mas fico até 23h30, meia-noite, estudando”.
Stephanye está desde o começo do ano nesse ritmo. Em agosto, quando começaram os ensaios do Peruche para o Carnaval 2017, a rotina ficou ainda mais intensa.

Todo o esforço é para conseguir, com as notas do Enem, cursar fisioterapia. “Assim como o Peruche, fisioterapia é um amor. Então, eu tenho que conseguir”. Para ela, garantir a vaga em uma universidade será uma grande conquista. “Eu nunca entrei numa faculdade, então para mim vai ser tudo muito novo”.

O que preocupa a rainha são as questões de “Ciências Matemáticas e suas Tecnologias”. A mãe da adolescente fica em cima quando é para cobrar empenho nos estudos. “Ela começa a fazer umas perguntas de exatas e eu choro”, brinca. “Já literatura, sou apaixonada”, revela.

Sthephanye evita palpitar sobre o tema da redação, mas acha que não abordará assuntos mais óbvios do cenário nacional. “Não vai cair um tema comum, essa crise, não vai cair nada disso. Mas assim, dou uma lida em relação a isso, a política no Brasil está um pouco crítica hoje em dia, mas tenho certeza que não vai cair”.
Ela sambaria na cara dos examinadores se proposta da redação fosse discorrer a respeito da cidade de Salvador. A capital baiana será homenageada no samba-enredo do Unidos do Peruche em 2017: “A Peruche no maior axé exalta Salvador, cidade da Bahia, caldeirão de raças, cultura, fé e alegria.”

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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