Empresários já apostam em cenário favorável, diz pesquisa

Mesmo após a Quarta-feira de Cinzas, os brasileiros continuam animados com o que veem pela frente. Pelo menos é o que indica pesquisa divulgada pouco antes do Carnaval pela Sage, uma multinacional britânica que produz softwares para gestão de pequenas e médias empresas.

No Brasil, 62% dos empreendedores entrevistados acreditam que o desempenho de suas empresas no primeiro semestre deste ano vai ser melhor do que o registrado no ano passado. A média global é de 52%.

“O brasileiro é essencialmente otimista”, justifica o português Jorge Santos Carneiro, presidente da Sage Brasil. No comando de seis escritórios no país, ele vê surgir mais entusiasmo entre empreendedores nordestinos.

“Antes, um jovem da região para fazer sucesso tinha que se mudar para o Sudeste. Agora, tem gente preferindo crescer onde está e ajudar a mudar o preconceito contra o Nordeste”, avalia Carneiro.

Em termos nacionais, mesmo reconhecendo que a economia está ruim, 29% dos empresários estimam que o seu negócio deve crescer entre 6% e 10% ao longo de 2017.

No Nordeste

Símbolo de empreendedor nordestino que cresce, o empresário Múrcio Dias conseguiu abrir, por meio de franquias, 26 unidades de seu restaurante Tokai em Salvador, Feira de Santana, Belo Horizonte, Manaus, entre outras cidades. Agora, em março, vai ajudar o filho Rodrigo Dias, que acabou de completar 18 anos, a abrir o próprio negócio, uma hamburgueria, na Avenida Sabino Silva.

“A economia ainda vai levar um tempo para se recuperar, mas já vemos sinais que indicam que a crise está terminando”, afirma Múrcio, que se refere à queda dos juros e do dólar e à valorização da Bolsa de Valores de São Paulo (MB&FBovespa).

O novo empreendimento da família Dias, que vai se chamar à burger, começou a ser planejado há sete meses, data que coincidia com a época do aniversário de Rodrigo e quando já se manifestava em Múrcio a confiança de que as coisas melhorariam na economia.

“Sem planejamento, um negócio não vai adiante. Você tem que saber o que quer e como vai fazer”, afirma o empresário.

Nem todo mundo está otimista com a economia. Demitida de uma loja onde trabalhou durante sete anos, em consequência da crise, Ana Verena Oliveira é gerente da Maria Filó desde outubro e ainda não consegue enxergar sinais de melhoria.

“Não tenho como comparar com o ano passado, mas o Natal foi péssimo”, avalia Ana Verena.

O presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Luiz Gustavo Ferreira, declara-se otimista. “Os estoques das indústrias estão no menor patamar dos últimos anos, isso indica que em breve a produção deve acelerar” afirma o presidente, que é conhecido como Guto Ferreira. A ABDI foi criada em 2004 pelo governo federal e está vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

A agência está ampliando seu leque de ações, com a integração entre comércio e indústria. No final de fevereiro foi firmada uma parceria técnica com o Itamaraty para fomentar a produção da chamada inteligência competitiva. “A ABDI é uma agência de inteligência para o setor industrial e pode perfeitamente subsidiar as estratégias comerciais do governo brasileiro”, declarou Ferreira.

A Tarde tentou ouvir a Fieb sobre a pesquisa, mas a assessoria da entidade informou que o seu presidente, Ricardo Alban, está em viagem internacional.

Fonte: Exame

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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