Eis a questão: quem vai para o segundo turno com Bolsonaro?
A não ser que outro fato bombástico aconteça, a facada consagrou Bolsonaro como a bola da vez, para gostar ou se preocupar.
O horário eleitoral evaporou diante da intensa repercussão do atentado, no calor de uma campanha federal persistentemente pulverizada. E sem dar sinais de que alguém emergirá como o grande catalisador.
Bolsonaro não será. Ele enxota os políticos, e nisso colhe simpatias, e tem a recíproca no mesmo quilate.
Mote caseiro — Um detalhe: no País em que a sensação coletiva é a de que a única coisa que cresce a olho nu é a criminalidade, ele prega que violência se combate com violência, na bala, e o papo colou em uma fatia da população, essa que lhe garante inquebrantáveis 22%.
Ora, o atentado do qual ele foi vítima é sopa no mel para a bancada da bala. Estamos a 29 dias das eleições e Bolsonaro, que só tinha as redes sociais, ganhou a mídia, até a internacional.
Óbvio que ele vai pautar a campanha sem sair da cama. Já tinha cogitado a não mais ir a debates, depois refluiu, agora tem um motivo justo, a saúde. E se carimba como o herói à lá velho oeste, o cauboy salvador.
Em miúdos, o pior que pode acontecer a Bolsonaro agora é ele não ficar no percentual que está. Ou o melhor, ganhar alguma coisa embalado pelo coitadinho.
O foco de 2018 mudou. Agora é o que fazer para evitar Bolsonaro ou pongar na onda.
Fonte: Levi Vasconcelos/ A Tarde