Dilma reage ao que considera ‘campanha negativa’ contra Petrobras

A presidente Dilma Rousseff fez nesta segunda-feira (14) a defesa mais incisiva da Petrobras desde o início da onda de denúncias envolvendo a empresa, há cerca de um mês.

Aproveitando discurso durante cerimônia de inauguração de navios petroleiros no porto de Suape (PE), Dilma afirmou que “não ouvirá calada” a “campanha negativa por proveito político” que disse existir contra a Petrobras.

Afirmando ser um “momento apropriado para dirigir algumas palavras à Petrobras”, disse que “nada nem ninguém” destruirá a empresa e que irá apurar “com o máximo de rigor” eventuais crimes envolvendo a estatal.

“Não hesitarei em combater o malfeito, a ação criminosa, corrupção ou ilícito de qualquer espécie. Mas também não ouvirei calada a campanha negativa, por proveito político, em ferir a imagem dessa empresa que o povo construiu com suor e lágrimas”, disse Dilma.

Dando o tom do que deverá ser seu discurso sobre a Petrobras na campanha eleitoral, Dilma procurou associar a empresa à identidade nacional e retomou críticas sobre a gestão da empresa nos governos do PSDB (1995-2002).

“Nada, nem ninguém, vai conseguir destruir esta que é a maior empresa brasileira. A de mais sucesso, a que mais orgulha o povo brasileiro. No passado tentaram reduzi-la e privatizá-la. Mas não vamos aceitar isso. A Petrobras é maior que cada um de nós. Ela é do tamanho do Brasil”, disse.

Sem citar diretamente as denúncias envolvendo a empresa, Dilma prometeu não economizar esforços para “combater malfeito, ação criminosa, corrupção ou ilícito de qualquer espécie” envolvendo a estatal. Sugeriu, ao citar as expressões “ações individuais e pontuais”, que as atuais suspeitas de irregularidades que recaem sobre a Petrobras são fatos isolados.

A presidente afirmou que órgãos de controle, Judiciário, Polícia Federal e Ministério Público estão atentos a qualquer “ato individual de prejudicar a empresa”. “Não podemos permitir ações individuais e pontuais para tentar destruir a imagem da nossa maior empresa. Nossa empresa-mãe”, disse.

Em vários momentos do discurso, Dilma fez comparações entre a atual gestão da estatal e a do governo Fernando Henrique Cardoso. Citou investimentos e lembrou a tentativa, em 2000, de alterar o nome da empresa para “Petrobrax”, ação comumente citada pelo PT para criticar o PSDB.

“Desde o inicio da empresa teve gente sendo contra, dizendo que não havia petróleo no Brasil. Depois mudaram o discurso e chegaram a dizer que havia petróleo demais para ser controlado por uma empresa pública. Era uma forma sorrateira que prepararam para a Petrobras parar em mãos privadas. Foi um processo tão requintado, que foi interrompido pela pressão externa, que chegaram a fazer a troca do nome da empresa. Queriam chamar ela de ‘Petrobrax’, sonegando a sílaba que é nossa identidade. Bras, de Brasil”, disse Dilma.

Na época, a alteração foi cogitada como forma de ampliar a inserção internacional da Petrobras. Diante da repercussão negativa, FHC acabou vetando a mudança.

Roberto Stuckert Filho/Divulgação/PR
Presidenta Dilma Rousseff posa ao lado da presidente da Petrobras, Graça Foster, durante batismo do navio Henrique Dias, em Ipojuca (PE)
Presidenta Dilma Rousseff posa ao lado da presidente da Petrobras, Graça Foster (à esq.), durante batismo do navio Henrique Dias, em Ipojuca (PE)

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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