Congressistas eleitos neste ano gastaram R$ 864 mi em campanhas
Os 540 parlamentares eleitos para o Congresso Nacional neste ano desembolsaram, ao todo, R$ 864 milhões para conquistar uma cadeira na Câmara dos Deputados ou no Senado Federal.
Na média, cada congressista que tomará posse em 2015 gastou R$ 1,6 milhão em sua campanha eleitoral.
A maior parte dos eleitos (284 parlamentares) gastou mais de R$ 1 milhão na campanha eleitoral. E 142 investiram mais de R$ 2 milhões, o que representa 26% da nova bancada legislativa.
O campeão em gastos da próxima legislatura do Congresso é o ex-governador de Minas Gerais Antonio Anastasia (PSDB), com R$ 18,3 milhões. Na sequência, aparece o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB), eleito senador com R$ 12,6 milhões.
Na Câmara dos Deputados, as campanhas eleitorais mais caras foram as dos deputados federais Arlindo Chinaglia (PT-SP), com R$ 8,4 milhões, e Iracema Portella (PP-PI), com R$ 7 milhões.
Os dados fazem parte das prestações finais de contas entregues nesta semana pelas campanhas ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
O custo neste ano das 513 campanhas vencedoras à Câmara dos Deputados chegou a R$ 733 milhões. No Senado Federal, os 27 eleitos no país desembolsaram, ao todo, R$ 131,2 milhões.
Os deputados federais eleitos que desembolsaram menos recursos foram Cabo Daciolo (PSOL), com R$ 39 mil, e João Ferreira (PR), com R$ 49 mil. Os dois são do Rio.
Em São Paulo, o deputado eleito com a campanha mais barata foi Eduardo Bolsonaro (PSC), com R$ 52 mil. Ele é filho do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ).
Para o Senado, a candidatura mais modesta foi a de Telmário Mota (PDT-RR), com gasto de R$ 240 mil.
A segunda mais econômica foi a de José Reguffe (PDT-DF), que declara ter investido R$ 407 mil.
PREÇO DO VOTO
Para ser reeleito, o deputado federal Edio Lopes (PMDB-RR) chegou a gastar, proporcionalmente, R$ 134 por cada voto recebido. Além dele, pelo mesmo critério, outros 17 deputados eleitos tiveram um custo por voto acima de R$ 50.
Os menores custos por voto entre os deputados federais eleitos foram os dos parlamentares Marco Feliciano (PSC-SP), com R$ 0,37, e Jean Wyllys (PSOL-RJ), com R$ 0,47.
Na disputa para o Senado, a recordista de gasto por voto foi a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), presidente da CNA (Confederação Nacional da Agricultura). Ela desembolsou R$ 24,7 por voto.
Na outra ponta, o senador eleito que apresentou o voto mais barato foi o ex-jogador e deputado federal Romário (PSB-RJ), com R$ 0,25.
No total, 59 deputados federais eleitos fecharam as contas eleitorais com dívidas. Segundo a legislação eleitoral, os débitos pendentes devem ser assumidos agora pelo partidos.
Os maiores débitos foram registrados por dois deputados paulistas do PT: Arlindo Chinaglia (R$ 3,6 milhões) e Vicente Cândido (R$ 1 milhão).
A única dívida registrada entre os eleitos a senador foi a do ex-governador Antonio Anastasia (PSDB-MG), que teve um déficit de R$ 30 mil.
Ao todo, as legendas terão de quitar uma soma de cerca de R$ 16 milhões de 60 congressistas eleitos que deixaram dívidas.
Fonte: Folha de São Paulo