Brasil exporta ao Oriente Médio e Ásia alguns dos melhores lançadores de foguetes do mundo
O Ministério das Relações Exteriores está orientando as Embaixadas brasileiras a promover a venda de armas fabricadas no país. Segundo o jornalista Roberto Godoy, especializado em assuntos militares, o Brasil só tem a ganhar com isso.
“O fato de se ter uma política de exportação significa que grande parte do que se investirá ou do que se investe vai ser compensada por vendas externas”, afirma Godoy. “Agora veja só: o Brasil tem uma tradição nisso. Inclusive, essa orientação do Itamaraty é dos anos 80, da época em que o Embaixador Paulo Tarso Flecha de Lima era chefe do Departamento de Promoção Comercial [do Ministério das Relações Exteriores] e o Brasil tinha naquela ocasião – e depois veio a perder – uma muito ativa indústria de fornecimento de material militar.”
Países da Europa, Ásia, África e Oriente Médio são apontados pelo Itamaraty como as áreas preferenciais para a realização de negócios militares.
Neste aspecto, Roberto Godoy indica quem são, atualmente, os maiores compradores de equipamentos bélicos brasileiros:
“Os principais clientes do Brasil hoje no setor de equipamentos militares estão no Oriente Médio e na Ásia. Então você tem hoje usuários de equipamentos como lançadores de foguetes Astros II e Astros 2020, da Avibras Aeroespacial, que são considerados os melhores equipamentos do seu tipo, dessa categoria, no mundo. Por quê? Porque eles são considerados como uma engenhosa solução de país pobre. A maioria dos concorrentes lança um tipo de foguete. Se você quiser o lançador para outro tipo de foguete, não pode, embora o fornecedor possa entregar outro tipo de lançador. Essa solução brasileira é assim: você tem as mesmas carretas lançadoras, o mesmo sistema digital lançador, a mesma infraestrutura eletrônica, porém você pode lançar três tipos diferentes de foguetes e um míssil com até 300 quilômetros de alcance, o que não é pouca coisa. Isso faz dele um sucesso de vendas muito grande. Cada bateria, cada conjunto lançador tem seis veículos, e aí você pode ter o carro-comando. Mas, enfim, é esse [Astros] talvez o mais sofisticado e o mais avançado equipamento exportado pelo Brasil.”
Roberto Godoy acrescenta que, além dos foguetes Astros, outros sucessos de vendas nacionais para o exterior são armas leves como revólveres, pistolas, carabinas e a munição correspondente a estas armas.
Fonte: Sputnik Brasil