Analistas que não analisam e a imprevisibilidade da disputa pela Prefeitura de Alagoinhas – Maurílio Fontes
Há uma corrente de “analistas políticos” de Alagoinhas que avalia a eleição do futuro escolhido pelo prefeito Joaquim Neto como favas contadas.
Ledo engano, autoengano ou tentativa de ludibriar os interlocutores.
Conversa para se jogar fora pela completa dissociação da realidade.
É bom lembrar que o ex-prefeito Paulo Cezar detinha em 2020 plenas condições de ganhar o pleito e perdeu. Múltiplos fatores influenciaram o resultado. Mas isso é tema para outro artigo.
Há, entre os joaquinistas (alguns não tão joaquinistas assim e que não votaram no prefeito em 2016 e 2020), a ilusória análise de que basta colocar o bloco na rua para ganhar a eleição, tendo como parâmetro a vitória da deputada estadual Ludmilla Fiscina.
Nem vou trazer à baila a vitória de ACM Neto nos dois turnos em Alagoinhas como vantagem para os oposicionistas.
Os argumentos aqui enunciados valem para 2020 e 2022: cada eleição tem características próprias, naturais da dinâmica social do momento.
Eleição proporcional para a Assembleia Legislativa é completamente diferente da eleição majoritária que se aproxima.
Na eleição municipal o peso da avaliação do governo é muito maior e a satisfação/insatisfação quanto à prestação dos serviços públicos têm mais influência na decisão de voto.
O amadorismo da oposição na forma de fazer campanha é uma vantagem competitiva para o grupo que está no poder. Mas esta deficiência será facilmente superada se a profissionalização for objetivo inescapável.
De outro lado, o grande desafio do prefeito será manter seu bloco unido em meio à tantos interesses que se chocam e podem causar rachaduras na aliança que o elegeu em cenário completamente adverso.
Algumas perguntas se impõem:
1.O ex-prefeito Paulo Cezar ainda será competitivo?
2.O ex-prefeito Paulo Cezar mudará sua forma (amadora) de fazer campanha?
3.Como se comportará a Federação PT, PV, PCdoB?
4.A Federação terá candidato ao Executivo?
5.Quais os caminhos escolhidos pelo PT?
6.Como compatibilizar os múltiplos interesses dos partidos que compõem a Federação Brasil da Esperança?
7.Quais os critérios definidos pelo grupo do prefeito para a definição do candidato ao Executivo?
8.Os critérios pactuados pelo grupo do prefeito serão respeitados pelos não-escolhidos?
9.Qual o índice percentual de votos que o prefeito transferirá para o escolhido?
10.De que forma os índices positivos e negativos de avaliação da administração municipal impactarão na decisão de voto dos eleitores no candidato situacionista?
11.Quantas candidaturas majoritárias serão registradas na Justiça Eleitoral?
Ninguém tem respostas prontas e acabadas e por isso mesmo nenhum analista (se for sério) se arriscará a prever, por achismo, os resultados eleitorais da disputa pela Prefeitura de Alagoinhas.