Aliados de Marina veem barreira para disputar 2014
Abatidos depois da aprovação na Câmara dos Deputados do projeto de lei que esvazia novos partidos políticos, organizadores da sigla lançada pela ex-senadora Marina Silva neste ano já reconhecem que será difícil tirá-la do papel a tempo de participar das eleições de 2014 em condições competitivas.
Desde o início do ano, Marina, que deixou o PV em 2011, trabalha para criar um novo partido, a Rede Sustentabilidade, pelo qual disputaria novamente a Presidência nas próximas eleições.
Se confirmado no Senado, o projeto aprovado quarta-feira diminui o potencial imediato da sigla ao reduzir seu tempo de propaganda eleitoral e o acesso ao dinheiro do Fundo Partidário, essenciais para qualquer candidato.
Durante a semana, ganhou força o discurso de que a criação do partido não tem compromisso com as eleições.
“Há de se fazer uma avaliação se convém organizar o partido nas condições precárias em que concorrerá”, afirma o deputado Domingos Dutra (PT-MA), membro da executiva provisória da sigla.
Para Walter Feldman (PSDB-SP), colega de Dutra na Câmara e na direção da nova legenda, “só dá para acreditar na proposta de criação a médio e longo prazos”. “Se fosse só para a Marina concorrer em 2014, seria um esforço gigantesco, mas ela nem quer pensar em 2014.”
Com as regras atuais, deputados federais que migrassem para a Rede aumentariam a participação da sigla na distribuição do tempo de propaganda eleitoral e do Fundo Partidário, que são divididos com base no tamanho das bancadas na Câmara.
A nova regra determina que a divisão da maior parte dos recursos se dará conforme o resultado das eleições de 2010, o que exclui a Rede, que não existia. A restrição poderá também inibir a adesão de parlamentares, receosos de não ter a estrutura necessária para se reeleger.
Durante a semana, outros partidos fizeram coro às reclamações de Marina de que o projeto é casuístico e tem motivação política para prejudicar eventuais opositores de Dilma Rousseff em 2014.
Fonte: Folha de São Paulo