Aécio seria mais difícil para Dilma que Marina

Seria mais difícil para a presidente Dilma Rousseff (PT) enfrentar o candidato Aécio Neves (PSDB) em um eventual segundo turno. O tucano esteve praticamente fora da disputa, chegando a ficar vinte pontos atrás da ex-senadora. Se chegar à segunda fase da eleição, terá ânimo para fazer uma disputa dura. O confronto entre PT e PSDB será tão quente como foi a desconstrução de Marina Silva (PSB).

O PSDB acusará o PT de ser “boliviariano”. Apontará que uma eventual vitória petista seria um risco às instituições. Esse discurso foi usado até por aliados de Marina na reta final da eleição. Mas o Brasil é diferente da Venezuela. Não há risco nenhum de “bolivarianismo”. Isso é bobagem.

Já o PT usarará a velha acusação de que os tucanos governam apenas para os mais ricos. Esse também é um discurso indevido, porque o Plano Real, que acabou com a inflação no Brasil, beneficiou os mais pobres.

Os petistas ainda estão divididos em relação a qual candidato seria mais fácil de enfrentar no segundo turno. Uma ala do PT prefere Marina, porque a ex-senadora vem perdendo força nas últimas pesquisas. Para outro grupo, seria melhor enfrentar Aécio. Seria um polarização já conhecida há cinco eleições, das quais os petistas saíram vencedores nas últimas três vezes.

No entanto, na simulação de segundo turno da última pesquisa Datafolha, a diferença entre Dilma e Aécio é de apenas seis pontos percentuais. Essa situação não é confortável para a petista. Uma alteração de três pontos percentuais na candidatura do PT levaria a empate. Seria complicado, portanto, enfrentar Aécio.

Na pesquisa Datafolha, a distância de Aécio para Marina é de apenas dois pontos percentuais nos votos válidos. Mas o que vale é a tendência. É isso que faz Aécio ser o favorito para o segundo turno, após uma campanha duríssima.

A principal razão para queda de Marina foi o bombardeio que ela sofreu do PT e do PSDB. Mas a candidata do PSB também não soube reagir.

Marina se sente traída pelo PT, porque militou no partido durante anos. Acha que os ataques foram muito intensos. Considera também que Aécio foi desleal quando a comparou a Dilma em uma propaganda política em que as candidatas foram colocadas como as duas faces da mesma moeda.

Se a candidata do PSB não passar para o segundo turno, o mais provável é ela mantenha neutralidade. Não deve declarar apoio a nenhum candidato. Mas o PSB tem setores próximos ao PT. E, em São Paulo, os socialistas são ligados ligados ao PSDB de Geraldo Alckmin.

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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