A enrascada brasileira no rastro da Lava Jato

Diz Jaques Wagner, agora ministro da Defesa, que o cenário político de 2018 está umbilicalmente ligado à situação econômica. Caso torne-se positivo (ao contrário de hoje), melhor para o PT. Se não, não.

A lógica é objetiva. O que levanta ou derruba governo é a economia, mas no caso brasileiro, há outro ingrediente, o da corrupção, o que torna difícil uma virada.

Se a economia vai de mal a pior, com inflação, desemprego crescente, grandes empresas como a Odebrecht e a OAS travadas ou feridas de morte, o mundo empresarial perplexo clamando por uma saída sem saber qual, o campo político está imbricado até a alma na Lava Jato, ou apodrecendo na sujeira ou se nutrindo da carniça.

Com a Lava Jato chegando cada vez mais perto do Planalto, o governo até tenta arbitrar a economia, seu papel, mas está emparedado (leia-se melado) no escândalo que é fator determinante na crise. E no meio do tiroteio surge o senador Agripino Maia (RS) falando no impeachment de Dilma.

Pobre de nós. É a velha história, tão decantada na ciência política, da mensagem e do mensageiro. A mensagem do resgate da moralidade (e por tabela da gestão) é perfeita, mas o mensageiro é pífio.

Em miúdos: para adubar o desalento, muitos dos que apregoam moral, não tem.

Fonte: Coluna Tempo Presente/ A Tarde

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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